CUT homenageia quem combateu a ditadura e lança prêmio
Premiação é intitulada "CUT: Democracia e Liberdade Sempre"
Escrito por: Isaías Dalle. Fotos de Patrícia Duarte
Casa cheia, música de primeira, emoção e falas políticas de impacto, tudo numa atmosfera de orgulho por fazer parte da luta por justiça social.
A noite do dia, 13, na sede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Rio de Janeiro, só recebeu elogios por parte de quem passou por lá. A CUT realizou o ato “Democracia e Liberdade Sempre”, em que homenageou diversos brasileiros e brasileiras que lutaram contra a ditadura militar, nos anos 1960 e 70, e reafirmou a importância de rememorar aquele período a partir do olhar dos militantes sociais.
O ato foi aberto pela apresentação do pianista e compositor Wagner Tiso e do violoncelista Márcio Malard, que executaram músicas como “Brasileirinho” e “Trenzinho Caipira”.
O mestre de cerimônias da noite, o dirigente executivo da CUT Adeilson Telles, afirmou que o ato reunia companheiros e companheiros “com a mesma coragem, sonhos libertários e utopia na alma daqueles que combateram o AI-5” porque, segundo ele “a luta pela liberdade e democracia precisa seguir avançando como o Brasil seguirá mudando para que todos vivam com qualidade e dignidade”.
A iniciativa de realizar o ato teve como primeiro motivo a recente onda de criminalização, puxada pela campanha eleitoral do candidato derrotado à Presidência, daqueles que combateram a ditadura. O discurso daí surgido, e alimentado pela mídia tradicional, tenta “desconstruir a história e ocultar a verdade das novas gerações, que não viveram aquele período”, conforme lembrou à plateia o presidente da CUT, Artur Henrique.
Este ano, o prêmio foi entregue a 13 convidados – entre os quais duas organizações, o MST e a UNE. O dia 13 de dezembro foi escolhido por marcar a data em que a ditadura militar baixou o AI-5.
O presidente da CUT Nacional iniciou sua fala lembrando do processo eleitoral. “A gente sofreu muito durante a eleição com aquela tentativa sistemática de desconstrução da imagem e da história de pessoas como o Zé e a Dilma. Temos muito orgulho deles e de quem lutou a mesma luta”, afirmou. Artur disse que a luta por liberdade e por democracia tem muitas facetas e, no universo em que atua a CUT, há grandes lacunas ainda. “Nós queremos democratizar as relações de trabalho no Brasil, que são ainda extremamente autoritárias”.
A cerimônia seguiu com a leitura do manifesto de lançamento do prêmio “CUT: Democracia e Liberdade Sempre”, por Denise Motta Dau, secretária nacional de Relações de Trabalho da CUT.
No encerramento, foram entregues as homenagens. Entre os premiados, o presidente da CUT Rio Grande do Norte, José Rodrigues, que durante a ditadura teve de residir clandestinamente no Rio, por ser procurado pelas forças de repressão em seu estado natal.
Conheça todos os premiados:
Vladimir Palmeira; Zé Dirceu; Wanderley Guilherme dos Santos; José Rodrigues, presidente da CUT-RN; Sérgio Mamberti; Edmilson Martins de Oliveira, ex-presidente do Sindicato dos Bancários do RJ; Jessie Jane Vieira, professora de História da UFRJ; Joba Alves, representando o MST; Augusto Chagas, representando a UNE; Eleonora Menecucci, professora da Unifesp e companheira de prisão de Dilma Rousseff; Wladimir Pomar, líder comunista; Nilmário Miranda, presidente da Fundação Perseu Abramo e ex-secretário nacional de Direitos Humanos; Maurício Dias, dirigente da revista Carta Capital que representou a publicação e o jornalista Mino Carta Fernanda Carisio, ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio
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