quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Santander congela salários, mas dá milhões a executivo
Crédito ISTOÉ Dinheiro

Escrito por: Andréa Ponte Souza – Sindicato dos Bancários de São Paulo

Os trabalhadores do Santander na Espanha estão pagando pela crise que atinge o país. Durante o XXII Convênio Coletivo de Banco, a entidade patronal AEB negou-se a oferecer qualquer reajuste salarial e a assumir o compromisso de manter empregos. A postura intransigente dos banqueiros fez com que, após oito meses de tentativas frustradas, os representantes dos bancários abandonassem a mesa de negociação.

Ao mesmo tempo em que arrocha salários e aposta em demissões de trabalhadores, instituições como o Santander continuam sendo mãe generosa para seus executivos.

O banco espanhol pagou indenização escandalosa para o ex-conselheiro e diretor geral da Divisão América do banco – que inclui os países em que o Santander atua no continente, exceto o Brasil –, Francisco Luzón. Após 15 anos, Luzón saiu do grupo com a astronômica quantia de 66 milhões de euros: 55 milhões segundo o informe do banco em 2010, acrescidos de 10 milhões este ano, sob a rubrica “outros seguros”.

Com esse montante, que corresponde em reais a quase 150 milhões, daria para o banco acrescentar cerca de 500 euros (R$ 1.135) ao salário de cada um dos 120 mil bancários na Espanha.

Por outro lado, os bancos na Espanha, entre eles o Santander, negam-se a atender às reivindicações dos trabalhadores que são, entre outras, reajuste salarial, acordo de quatro anos prevendo estabilidade no emprego, ou seja, dispensas somente através da adoção de um programa de demissões voluntárias, plano de carreira, medidas que possibilitem a conciliação entre trabalho e vida pessoal e um capítulo específico no acordo para tratar de igualdade de oportunidades.

Ao invés do diálogo, os banqueiros insistem no congelamento total dos salários para 2011 e 2012, propondo reajuste de não mais do que 1% para 2013 e 2014, na eliminação dos triênios e da ascensão por tempo de empresa (ATS) e na ampliação da mobilidade geográfica dos trabalhadores, ou seja, maior facilidade para transferir funcionários.

“É revoltante o pagamento de indenizações vergonhosas para a cúpula enquanto se propõe o congelamento salarial dos trabalhadores. Nós, funcionários do banco no Brasil, manifestamos nossa solidariedade aos bancários espanhóis e nossa indignação com o tratamento dispensado aos trabalhadores, que são os responsáveis pela grandeza e lucro da empresa”, denuncia a diretora executiva do Sindicato e funcionária do Santander Rita Berlofa.

A dirigente ressalta, ainda, que o ônus da crise econômica não pode recair sobre os trabalhadores. “A crise, que começou nos Estados Unidos e chegou à Europa, é originária na gestão irresponsável do sistema financeiro pelos seus executivos, e foi pautada pela ganância do lucro rápido e a qualquer preço. Agora, esses mesmos executivos são premiados com altas bonificações enquanto ao trabalhador é negado o reajuste salarial ou, quando não, tirado seu emprego. Isso é no mínimo desumano.”
Contraf-CUT completa nesta quinta (26), seis anos construindo unidade e mobilização
Ao longo da história, entidade se consolidou como protagonista das lutas, estando à frente de todas as campanhas salariais da categoria

Escrito por: Contraf-CUT

A Contraf-CUT fundada em 26 de janeiro de 2006, completou nesta quinta-feira, seis anos de história com muitas lutas e conquistas para os trabalhadores do ramo financeiro. Uma história marcada pela construção da unidade nacional e da mobilização da categoria.

Uma história que vem de longe

As origens da confederação, que representa mais de 90% dos cerca de 480 mil bancários de todo país, se encontram na organização do Departamento Nacional de Bancários (DNB-CUT), a partir de 1985, quando aconteceu uma das maiores greves dos bancários no Brasil. Naquele ano, três sindicatos filiados à CUT (São Paulo, Porto Alegre e Londrina) formaram uma comissão que deu os primeiros passos.

O 1º Congresso do DNB-CUT ocorreu em 3, 4 e 5 de junho de 1989. A primeira diretoria eleita foi encabeçada por Ricardo Berzoini, atual deputado federal do PT de São Paulo e ex-presidente do Sindicato de São Paulo. O 2º Congresso foi realizado de 24 a 26 de agosto de 1990, onde foi aberto o debate de transformar o DNB em Federação Nacional ou Confederação.

O 3º Congresso do DNB-CUT aconteceu de 27 a 29 de março de 1992, onde foi aprovada a transformação do DNB em Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT). Berzoini é eleito o primeiro presidente. Naquele ano, a entidade recém-criada assinou, junto com 120 sindicatos e sete federações, a primeira convenção coletiva nacional de trabalho, que completa 20 anos em 2012.

Seis anos de protagonismo

O primeiro presidente da Contraf-CUT, eleito no ato de fundação, foi Luiz Cláudio Marcolino, que na época presidia o Sindicato de São Paulo e hoje é deputado estadual do PT de São Paulo.

O 1º Congresso da Contraf-CUT foi realizado em 25 de abril de 2006, em Nazaré Paulista. Vagner Freitas, atual secretário de finanças da CUT, foi eleito presidente, com mandato de três anos.

A atual direção foi eleita no 2º Congresso da Contraf-CUT, ocorrido em 14 e 15 de abril de 2009, em São Paulo. Carlos Cordeiro (foto) foi eleito presidente para a gestão 2009-2012.

Muitas lutas e conquistas

Ao longo desses seis anos, a Contraf-CUT fortaleceu a unidade nacional dos bancários e esteve à frente de todas as campanhas salariais, coordenando o Comando Nacional dos Bancários e consolidando a convenção coletiva nacional de trabalho, que completa 20 anos em 2012, válida para funcionários de bancos públicos e privados de todo país.

"Apesar das vitórias, os desafios ainda são imensos, como o emprego decente, condições dignas de saúde, segurança e trabalho, igualdade de oportunidades, regulamentação do sistema financeiro e inclusão bancária sem precarização e sem exclusão", destaca Carlos Cordeiro.

Referência mundial

A Contraf-CUT é também referência internacional para os trabalhadores de todo mundo. É filiada à UNI Global Union, o sindicato mundial que representa cerca de dois milhões de trabalhadores da área de serviços. Carlos Cordeiro é o atual presidente da UNI Américas Finanças, que organiza os bancários do continente americano.

A entidade participa da organização de redes sindicais dos bancos internacionais, buscando a construção de acordos marcos globais para garantir direitos básicos para os trabalhadores de todo mundo. Com a atuação decisiva da Contraf-CUT, foi assinado, em 2011, o primeiro acordo marco entre a UNI e o Banco do Brasil.
Contraf-CUT negocia com BB e reforça extensão da Previ e Cassi para todos

Bancários querem previdência complementar e saúde de qualidade para todos

A Contraf-CUT, federações e sindicatos, assessorados pela Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, voltaram a discutir a extensão da Previ e Cassi, com qualidade, para todos os funcionários do BB, durante reunião da mesa temática com o banco realizada na segunda-feira (23), em Brasília. A reivindicação havia sido aprovada no 22º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, no ano passado.

Os trabalhadores egressos de bancos incorporados pelo BB, que enfrentam dificuldades e tratamento diferenciado nas áreas de saúde e previdência, esperam uma solução o mais rápido possível, procurando equalizar os benefícios de todos os planos, tanto para os da ativa quanto para os aposentados.

Em resposta, os representantes do banco afirmaram que já está em estudo uma solução para os que vieram do Besc, Nossa Caixa e BEP. Eles garantiram ainda que este ano ocorrerá uma série de mudanças pontuais, principalmente para os egressos da Nossa Caixa.

O banco justificou que não tem poder de gestão nos planos administrados pela Fusesc. Admitiu as dificuldades e prometeu minimizá-las o quanto antes. "Chegar a zero de problema é quase impossível", afirmou o negociador do BB, José Roberto.

Dentre os problemas discutidos, o BB apresentou evolução em relação ao Fundo Economus de Assistência Social (Feas), constituído exclusivamente com recursos da venda de seguros do então banco Nossa Caixa. O banco disse que o plano será reaberto.

Em uma breve análise, os representantes do BB afirmaram que estudos apontam para uma redução no percentual, que hoje é de 4,72 per capita, composição de grupo familiar e a criação do plano família. A medida tem efeito apenas para os que têm aposentadoria.

Fusesc

Um dos entraves para que os bancários egressos do Besc possam ter acesso ao plano de saúde, enquanto não há uma solução definitiva, é o fato de o plano de saúde exigir uma joia de R$ 2 mil. Nenhum funcionário do BB tem que pagar joia para se associar à Cassi.

A Comissão de Empresa lembrou que diversos bancários do Besc encontram-se atualmente sem plano de saúde. E os que possuem plano têm direitos diferenciados. Durante a reunião, os representantes dos trabalhadores insistiram que o BB tome providências e busque uma solução definitiva para o caso.

"O banco não pode deixar de se preocupar com esses bancários. Uma vez que comprou o banco (Besc) deve garantir um plano de saúde para os trabalhadores incorporados", frisou Eduardo Araújo, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

Aposentados

A instituição financeira justificou que um dos itens que dificultam uma solução global é que os bancários dos bancos incorporados que se aposentaram antes de o banco adquirir Besc, BNC e BEP não têm vínculo com o Banco do Brasil. A Comissão de Empresa afirma que a decisão tem que englobar todos os participantes dos fundos de pensão e dos planos de saúde, independentemente de estarem na ativa ou não.

Participação

Ainda durante a reunião da mesa temática, a Contraf-CUT reivindicou maior participação dos trabalhadores nas decisões relativas aos fundos de pensão e aos planos de saúde dos bancos incorporados, mesmo que ainda não tenha fechado um acordo definitivo sobre o assunto.

A Comissão de Empresa também apresentou uma proposta para compartilhamento da rede de assistência e de reciprocidade de fato do atendimento médico e hospitalar de todos os planos de saúde dos bancos incorporados com a Cassi, menos burocrática e mais eficiente que o modelo atual. O banco ficou de avaliar a proposta.

NR 254

Em relação à Resolução Normativa 254 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que incorpora tabelas novas de procedimentos médicos mínimos, a Contraf-CUT lembrou que o BB tem buscado solução exclusivamente jurídica. "O banco deveria fazer a adequação imediata para adequar a Cassi ao texto da resolução 254. Se a Cassi não se adequar à NR 254, novas adesões serão vetadas ao plano de saúde. Não podemos permitir que isso ocorra", protestou Araújo.

O fim de novas adesões pode ser prejudicial aos participantes e à manutenção de qualquer plano de saúde. Com um número limitado de sócios, entre outras consequências, os prestadores de serviço (médicos e outros profissionais de saúde) podem deixar de atender pelo plano e esvaziar a rede credenciada, o que prejudicaria sobremaneira os participantes.

Considerando que os planos de saúde dos bancários egressos dos bancos incorporados já estão fechados para novas adesões, a possibilidade de migração ou gestão desses planos pela Cassi é garantia de longevidade, uma vez que a entrada de novos associados mantém a solidariedade e o futuro mais equilibrado de qualquer plano.

Previdência

Em relação aos fundos de previdência, o banco apresentou justificativa quanto ao impedimento legal para a portabilidade. Por falta de tempo, o assunto será aprofundado em nova reunião.

Ao final da reunião, a Contraf-CUT informou que apresentará calendário para negociar PCR, jornada legal de 6 horas e outros assuntos de interesse do funcionalismo.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Brasília
Diretor do Dnocs pede demissão
Por Daniela Martins
Valor

BRASÍLIA - O diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), Elias Fernandes (foto), pediu demissão nesta quinta-feira, segundo nota do Ministério da Integração Nacional.

Elias Fernandes é alvo de acusação de favorecimento tanto ao seu Estado, Rio Grande do Norte, quanto ao seu filho, Gustavo Fernandes, deputado estadual (PMDB-RN). Por meio de verbas liberadas pelo Dnocs para obras, Fernandes teria favorecido a eleição do filho para deputado estadual liberando recursos para alguns municípios potiguares.

De acordo com a nota do ministério, no entanto, Elias Fernandes pediu para deixar o cargo “em função da restruturação dos quadros das empresas vinculadas à Pasta”. Assume interinamente o cargo o atual secretário nacional de irrigação do Ministério da Integração, Ramon Rodrigues.

O ministro da Integração, Fernando Bezerra, já tinha o aval da presidente Dilma Rousseff para mudar o comando das três principais autarquias da Pasta. Bezerra, do PSB, também foi alvo de denúncias de favorecimento ao seu Estado, Pernambuco, e a familiares, mas continua no cargo.

Elias Fernandes é indicação do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves.

(Daniela Martins / Valor)
Aposentados exigem reajuste de 12% em manifestação na Praça Sete, em Belo Horizonte
CUT/MG participa do ato e defende o fim do fator previdenciário

Escrito por: CUT/MG
Com o grito de “12%, já”, centenas de aposentados e pensionistas fizeram da comemoração do seu dia nacional um ato de protesto na Praça Sete, Região Central de Belo Horizonte, nesta terça-feira (24). Eles exigem que o governo federal reajuste as aposentadorias acima de um salário mínimo em pelo menos 12%. Em dezembro, a aumento anunciado para o benefício foi de 6,08%, abaixo da inflação e muito inferior ao reajuste do salário mínimo, que alcançou 14,26%.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Marco Antônio de Jesus, disse, durante o ato, que a CUT apoia e participa da luta dos aposentados e pensionistas por reajuste igual para quem ganha salário mínimo e os que recebem acima do piso.

“A CUT lutou pela valorização do salário mínimo, que se tornou realidade e política de governo. Se o mínimo fosse apenas o equivalente a US$ 100, os brasileiros receberiam hoje em torno de R$ 180. Mas o valor chegou a R$ 622, resultado da luta dos trabalhadores e das centrais. Estamos na luta para que o reajuste seja igual para o mínimo e para o restante das aposentorias e pensões.”

Marco Antônio enfatizou que a bandeira da classe trabalhadora e, em especial, dos aposentados e da CUT é o fim do fator previdenciário. “Esse instrumento nocivo, que reduz o valor das aposentadorias precisa acabar. O fator previdenciário prejudica dos trabalhadores na hora de se aposentar.”

Segundo o presidente do Sindicato dos Aposentados, Pensionistas e Idosos do Regime de Previdência Social de Minas Gerais (Sinap-MG), Adilson Rodrigues, o reajuste das aposentadorias acima do mínimo demonstra o descaso do governo federal. “O governo dá bilhões aos banqueiros, reserva bilhões para as emendas dos deputados, mas apenas nos oferece uma migalha, uma mixaria. Nossa reivindicação é que o reajuste fosse a inflação mais 70% da variação do PIB e nos deram apenas 6,08%. Isso não repõe nem a inflação do período. Não há compromisso político com os aposentados e pensionistas”, protestou Rodrigues.

O presidente do Sinap-MG disse que a categoria está se mobilizando em todo o país para pressionar e cobrar do governo por um aumento próximo ao concedido ao salário mínimo. “A presidente Dilma nos prometeu 11,36%, mas queremos 12%. Devemos ter uma negociação em fevereiro e acreditamos que, com a pressão dos aposentados e pensionistas, da nossa federação, da confederação e com o apoio das centrais sindicais vamos conseguir uma reposição maior.”

Para Robson de Souza Bittencourt, presidente da Federação dos Aposentados e Pensionistas de Minas Gerais (FAP-MG), “o governo não tem olhos sociais para os aposentados que ganham acima do salário mínimo”. “Vamos fazer mobilizações em todo o país para que todos saibam a nossa realidade. Merecemos respeito. O reajuste de apenas 6,08% é uma vergonha. Na negociação de fevereiro vamos cobrar os 11,36% que nos prometeram.”

O ato e a comemoração do Dia Nacional dos Aposentados contaram ainda com apresentação de dança cigana, shows e uma barraca para medir a pressão arterial e outros serviços.
Marcha de abertura do Fórum Social Temático 2012 valoriza diversidade
Crédito: Correio do Povo
Caminhada reuniu cerca de 30 mil e ocupou ruas do centro de Porto Alegre

Sob o céu nublado e um calor abafado de 35º Celsius, começou nesta terça-feira (24) a marcha de abertura do Fórum Social Temático (FST) 2012, ligado ao Fórum Social Mundial (FSM), no centro de Porto Alegre. O tema do FST é Crise Capitalista e Justiça Social e Ambiental.

Tradicional caminhada pelas ruas da capital gaúcha desde a primeira edição do FSM, em 2001, a marcha reuniu cerca de 30 mil manifestantes. Ele andaram pelas avenidas Borges de Medeiros e Ipiranga, por onde seguiram até o Anfiteatro Pôr-do-Sol, às margens do Rio Guaíba.

Na metade do trajeto, porém, o céu escureceu, veio um temporal e uma forte pancada de chuva molhou os participantes. Ninguém reclamou. Ao contrário, a água virou motivo de alegria diante do ar quente e da seca que atinge várias regiões do Rio Grande do Sul.

Bancários presentes

Os bancários também marcharam. Estiveram presentes dirigentes da Contraf-CUT, Fetrafi-RS e Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, dentre outras entidades. Eles aproveitaram para distribuir panfletos convidando para o lançamento do livro A Pirataria Tucana e debate com o autor, jornalista Amaury Ribeiro Jr, nesta quarta-feira, dia 25, às 16h, na Casa dos Bancários.

Outra atividade dos bancários em parceria com a CUT-RS é a oficina sobre a Regulamentação do Sistema Financeiro, com palestra da professora e economista da Unicamp, Maria Alejandra Dali. A atividade será realizada nesta sexta-feira, dia 27, às 14h, também na Casa dos Bancários.

"O FST é uma boa oportunidade para discutir com a sociedade a crise capitalista, apontar os efeitos perversos da privataria tucana e mostrar a importância da regulamentação do sistema financeiro", disse o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

"Queremos contribuir com as discussões sobre a crise capitalista, que é um dos temas do FST, mostrando os efeitos nefastos da falta de regulação do sistema financeiro em todo mundo", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. "Defendemos a realização de uma Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro, a exemplo das conferências já realizadas sobre saúde, educação, comunicação e segurança pública, a fim de que a sociedade seja ouvida sobre o papel, o crédito e a atuação dos bancos no Brasil", destaca.

Fonte: Contraf-CUT com Correio do Povo e Agência Brasil
Após reintegração, mais de 1,3 mil famílias seguem desamparadas no Pinheirinho
Escrito por: Rede Brasil Atual

Mais de mil famílias ainda não foram atendidas após a reintegração de posse do último domingo (22) na comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, a 97 quilômetros de São Paulo, onde 1,6 mil famílias retiradas durante ação de reintegração de posse. Os moradores buscam abrigo sob algumas tendas instaladas pela prefeitura e também na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Campo dos Alemães, onde as pessoas dividem o espaço e dormem nos bancos e no chão. As tendas em que as pessoas alojam seus pertences não oferecem proteção contra o mau tempo e foram montadas diretamente sobre o chão de terra.

A prefeitura anunciou no domingo que havia feito o cadastramento de 235 das famílias desalojadas na ocupação. Destas, 120 irão receber auxílio-aluguel, 110 alojamentos temporários, e outras cinco devem voltar à cidade natal. Porém, segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, não há mais informações sobre a ampliação da assistência para mais famílias.

Durante o começo da manhã desta segunda-feira (23), houve novo confronto entre a Polícia Militar, a Guarda Civil Municipal da cidade e os moradores do Pinheirinho. As pessoas, que no domingo foram retiradas sob balas de borracha e gás lacrimogêneo de suas casas, protestavam pelo direito de retirar seus pertences das moradias. Após o conflito, a PM permitiu que os moradores entrassem no Pinheirinho, acompanhadas de policiais. Ao total, já são 30 pessoas detidas na operação de reintegração de posse, segundo a PM.

Os abrigos – que recebem também crianças e idosos – são improvisados e precários, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, que acompanha a desocupação. Há denúncias de que a PM tenha agido com truculência até mesmo fora do Pinheirinho, jogando bombas de gás lacrimogêneo no pátio da igreja na noite de domingo. As pessoas ali abrigadas têm o apoio do padre local.

A maioria dos moradores ainda está sem informação sobre a operação, inclusive sobre vítimas da violência policial. A Polícia Militar garante que a ação não deixou feridos, nem mortos. Já os moradores denunciam casos de adultos e crianças feridos com gravidade e falam de óbitos. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, o Hospital Municipal não informa o atendimento a casos relacionados com a reintegração.

A ação, ordenada pela justiça de São Paulo, desrespeitou uma decisão do Tribunal Regional Federal, que suspendia a operação. A desocupação do terreno de 1 milhão de metros quadrados favorece o megaespeculador Naji Nahas. O efetivo de mais de 2 mil policiais militares surpreendeu o governo federal.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que a presidenta Dilma Rousseff está ciente dos acontecimentos, e enviou outros dois ministros (José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Maria do Rosário, dos Direitos Humanos) para acompanhar a situação. Cardozo, inclusive, fez contato com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) na tentativa de aliviar a pressão policial no local.

A truculência atingiu não só os moradores, mas também militantes e representantes do governo que visitaram o local. Por meio da rede social Twitter, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) denunciou que o secretário de Articulação Social da Presidência, Paulo Maldos, foi atingido por bala de borracha pela PM paulista, enquanto tentava entrar no Pinheirinho.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Banco do Brasil conclui aquisição do Eurobank nos Estados Unidos
O Banco do Brasil (BB) informou que concluiu nesta quinta-feira, dia 19, a aquisição das ações do Eurobank, com sede na Flórida, nos Estados Unidos, por US$ 6 milhões. Trata-se de um banco de varejo norte-americano. O BB assume o controle da nova subsidiária, que vai passar a se chamar em breve Banco do Brasil Americas.

"A aquisição do EuroBank contribuirá para a expansão dos negócios do Banco do Brasil nos EUA e lhe permitirá atuar de forma mais abrangente no mercado de varejo norte-americano", diz nota divulgada pelo BB.

Ainda segundo a instituição, o Eurobank vai passar por uma fase de transição para atender os clientes com um portfólio mais amplo. No entanto, não haverá interrupção nas operações bancárias, que tem foco no atendimento das comunidades brasileira e hispânica residentes naquele país.

Na Florida, o EuroBank tem três agências em funcionamento nas regiões de Coral Gables, Pompano Beach e Boca Raton,

"As autorizações para a aquisição foram concedidas pelos órgãos reguladores envolvidos, nos Estados Unidos e no Brasil, após observados todos os trâmites regulamentares exigidos nos dois países".

Internacionalização

O BB anunciou em abril a assinatura do contrato para aquisição de 100% do capital social do banco americano, que faz parte de sua estratégia de internacionalização.

Segundo comunicado divulgado à época, a operação de venda se deu pelo valor de US$ 6 milhões e permite que o banco brasileiro atue no segmento de varejo nos Estados Unidos.

O Banco Central do Brasil aprovou a operação em agosto. Em dezembro, foi a vez do Federal Reserve (Fed), a autoridade monetária americana, dar o aval para a compra.

Com sede localizada em Miami, na Flórida, o Eurobank está em atividade desde 1991. De acordo com o Fed, o banco conta com ativos totais de US$ 83 milhões e ocupa a 245ª posição entre as instituições da Flórida, com depósitos de cerca de US$ 81 milhões.

Fonte: Valor Econômico e Agência O Globo
Diretor do Santander para América Latina deixa cargo com pensão milionária

Escrito por: Contraf-CUT com El País, Dow Jones e Europa Press
O diretor-geral do Santander para a América Latina e integrante do conselho executivo do banco espanhol, Francisco Luzón, deixará o cargo nos próximos dias. Luzón está no Santander desde 1997, liderando os negócios na região, que cresceram e se tornaram a principal fonte de renda da empresa por meio de uma série de aquisições.

"A América Latina contribuiu com 45% do lucro mundial do Santander nos primeiros nove meses de 2011, sendo que o Brasil participou com 25%", destaca o funcionário do Santander e secretário d imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. O balanço anual do banco será divulgado no próximo dia 31.

A saída do executivo foi anunciada na quinta-feira (19) por vários sites de jornais espanhóis. O El País afirmou que a renúncia será aprovada em uma reunião do conselho do banco na próxima semana. O atual número dois do Santander na América Latina, Jesús Zabalza, assumirá o posto, segundo informações da Dow Jones.

Segundo informações da Europa Press, o executivo deve receber uma pensão acumulada de 55,9 milhões de euros. A esse montante devem ser acrescentados mais 10 milhões de euros a título de "outros seguros". Luzón era o segundo executivo melhor pago do banco, atrás de Alfredo Sáenz.

O anúncio do afastamento de Luzón ocorreu no dia em que a Asociación de la Banca Española (AEB) rompeu negociações com os sindicatos para a renovação do convênio (convenção coletiva) dos bancários.

O secretário-geral da Federação Bancária da CC.OO (Comfia), José María Martínez, reprovou a postura dos bancos espanhóis porque, enquanto "maltratam" a folha de pagamento dos funcionários, tentando impor um "congelamento total" dos salários, pagam indenizações "repugnantes" a seus altos dirigentes.

Para o novo convênio, a proposta patronal prevê dois anos de congelamento e um reajuste de não mais de 1% para os anos de 2013 e 2014.

Os sindicatos espanhóis somente aceitam discutir congelamento do salário que contemple cláusulas de emprego diante das perspectivas de novas fusões no sistema financeiro.

"Não parece coerente a pensão de Luzón", criticou Martinez.

Para o diretor da Contraf-CUT, a política dos banqueiros para os altos escalões é a mesma em todo mundo. "Cortam empregos e atacam salários dos trabalhadores, mas preservam os bônus e as pensões milionárias dos altos executivos. Está na hora de regular o sistema financeiro internacional", defende Ademir.
Após pressão da Contraf-CUT, HSBC retoma negociações no dia 31
A Contraf-CUT, federações e sindicatos retomarão as negociações com o HSBC no próximo dia 31, às 10h, em São Paulo. A data foi confirmada pelo banco no dia 18.

O agendamento ocorre após envio de carta pela Contraf-CUT à diretoria do banco inglês no dia 11, reivindicando a abertura de negociações para discutir quatro temas específicos. São eles: pagamento do PPR/PSV; previdência complementar; emprego, saúde e condições de trabalho.

A pauta é resultado da última reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC, ocorrida em dezembro de 2011, em Curitiba.

"A retomada das negociações com o banco neste momento é fundamental, particularmente em relação ao tema do PPR/PSV, uma vez que o programa próprio de remuneração variável do banco é muito ruim, está abaixo do que está assegurado na própria convenção coletiva de 2011/2012 e tem provocado muita indignação nos funcionários, que se sentem enganados pelo banco", destaca Miguel.

Em relação à previdência complementar, o banco anunciou unilateralmente um novo plano, quando também se trata de uma antiga reivindicação apresentada pelas entidades sindicais. "O momento é oportuno para a reabertura de diálogo com a direção do banco e para a mobilização dos bancários de todo o país", salienta o diretor da Contraf-CUT, Sérgio Siqueira.

Reunão da COE

Na véspera, a Contraf-CUT promove reunião da COE do HSBC, no dia 30, às 10h, na sede da Contraf-CUT, para discutir e preparar os debates da pauta com o banco. Assim fica adiada a reunião prevista inicialmente para o dia 23.

Fonte: Contraf-CUT
E-mails sugerem que PanAmericano fez doações irregulares ao PSDB em AL

Valor Econômico - São Paulo/SP.
Cristine Prestes
De São Paulo
Uma troca de e-mails entre diretores do PanAmericano dá indícios de que o banco pode ter feito doações irregulares para a campanha eleitoral do PSDB em Alagoas em 2010. Os e-mails foram encontrados pela Polícia Federal nos arquivos apreendidos na sede da instituição, que pertencia ao empresário e apresentador Silvio Santos e foi vendida ao BTG Pactual após a descoberta de um rombo de R$ 4,3 bilhões no patrimônio do banco. Neles, diretores do PanAmericano avaliam uma suposta proposta feita pelo governo de Alagoas para negociar uma dívida do Estado com o banco em troca de uma "taxa de intermediação" de 25% sobre o valor devido - retorno que poderia ser pago por meio de doação para a campanha do partido (veja reprodução ao lado).

A dívida de Alagoas com o PanAmericano data de 2006. Entre os meses de fevereiro e dezembro daquele ano, o Estado recolheu, via folha de pagamento, parcelas de empréstimos consignados feitos por servidores, mas não repassou os valores aos bancos. Naquela época, Alagoas era governada por Luís Abílio de Sousa Neto (PDT), que assumiu em março de 2006, quando o então governador Ronaldo Lessa (PDT) licenciou-se para concorrer ao Senado. Em valores históricos, a dívida de Alagoas com a instituição era de R$ 2,7 milhões. Com a correção monetária, somava R$ 3,3 milhões em agosto de 2010.
Até meados daquele ano, com as finanças de Alagoas em crise, nenhuma negociação estava em curso. Mas e-mails trocados entre o então presidente do PanAmericano, Rafael Palladino, seu diretor financeiro, Wilson Roberto de Aro, e o gerente de consignado, Luiz Carlos Perandin, sugerem que havia uma proposta em avaliação.

Em um desses e-mails, Aro questiona Palladino se pode "tocar o acordo abaixo". O acordo a que ele se refere é esmiuçado em um e-mail de Perandin encaminhado a Aro, no qual ele detalha uma suposta proposta para a liquidação da dívida apresentada pelo secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Alagoas, Luiz Otávio Gomes. No e-mail, Perandin afirma que "na reunião realizada ontem [16 de agosto de 2010] a pedido do governo de Alagoas, o dr. Luiz Otávio Gomes, secretário de Estado, ratificou que a única forma de liquidarem o débito é efetuar o pagamento na forma abaixo, ou seja, retorno de 25% sobre o principal e devolução integral da correção monetária".

Conforme o relato de Perandin, o pagamento seria feito em quatro parcelas de R$ 827,1 mil e o retorno pela intermediação custaria ao banco 25% do total da dívida - ou seja, R$ 678,5 mil -, além da devolução da correção monetária, o que totalizaria R$ 1,27 milhão, também dividido em quatro parcelas. Perandin ainda afirma, no e-mail, que "em resumo, de um crédito de R$ 2,7 milhões (valor histórico) vamos receber R$ 2,03 milhões" e que "o pagamento do retorno poderá ser a título de doação para campanha do PSDB mediante recibo ou emissão de nota fiscal por empresa que será indicada pelo secretário". Ao fim do e-mail, o gerente de consignado afirma que, para não expor a empresa na operação, uma alternativa seria efetuar o pagamento "através de notas fiscais emitidas por terceiros sem vínculos de negócios com as empresas do grupo".

As trocas de e-mails sobre a possibilidade de o PanAmericano receber os valores devidos por Alagoas começaram em 10 de agosto de 2010 e se estenderam até o dia 23 do mesmo mês. Nos arquivos encontrados pela PF não há e-mails que comprovem que o acordo entre o banco e o governo do Estado foi fechado e nem e-mails enviados por Luiz Otávio Gomes.

Procurado pelo Valor, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "tem total confiança no secretário e que todas as contas do governo estão abertas". A assessoria afirmou ainda que não há nenhum e-mail do secretário enviado a nenhum dos diretores do PanAmericano e que grande parte do problema dos empréstimos consignados está resolvido. Além disso, informou que os servidores já não têm seus nomes negativados nos serviços de proteção ao crédito e mais de 60% da dívida do Estado com os bancos foi paga até o fim de 2010. A assessoria não soube informar, no entanto, se o restante da dívida foi pago durante o ano passado.

A Polícia Federal em São Paulo, que deve concluir em breve o inquérito que apura fraudes contábeis e crimes contra o sistema financeiro nacional no PanAmericano, encaminhou os arquivos contendo as trocas de e-mails à superintendência de Alagoas. A PF alagoana abriu um inquérito policial específico para apurar indícios de doações irregulares para campanha eleitoral. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da PF no Estado informou que não comentaria sobre o inquérito.
Brasil não está entre os 10 melhores países para aposentados

Rancking foi publicado pela revista norteamericana Internacional Living

Embora o sistema previdenciário brasileiro seja considerado um dos melhores do mundo, o Brasil não está entre os melhores lugares para aposentados. Pelo menos segundo a revista norteamericana Internacional Living, que elaborou um rancking dos melhores países para a vida após a aposentadoria.

Na publicação, foram avaliados itens como custo de vida (alimentação, saúde, transporte), mercado imobiliário, infraestrutura e benefícios especiais para aposentados. Os dez primeiros foram Equador, Panamá, México, Malásia, Colômbia, Nova Zelândia, Nicarágua, Espanha, Tailândia e Honduras respectivamente.

Para o presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas – COBAP, Warley Martins, “Não adianta um sistema previdenciário conceituado se ele não contempla os aposentados. A nossa Previdência atende áreas que não cabem à sua função e prejudica o reajuste das aposentadorias”. Warley acredita que o que era para tornar o país um dos melhores para a categoria, muitas vezes causa repulsa.

Entre os itens avaliados também foram consideradas as belezas naturais, paisagens. E isso, o Brasil tem de sobra.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Banco Central oferece 30% do Bradesco para o capital externo
18/01/2012
Decreto amplia presença estrangeira no sistema financeiro

Escrito por: Hora do Povo

O governo publicou no Diário Oficial da União da segunda-feira (16) um decreto presidencial autorizando o Bradesco a aumentar a participação estrangeira em seu capital ordinário para até 30%. A decisão de desnacionalizar parte do capital do banco foi tomada após reunião secreta do Conselho Monetário Nacional (CMN), composto pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e o presidente do Banco Central.

De acordo com o decreto - assinado pela presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do BC, Alexandre Tombini -, “é do interesse do Governo brasileiro a participação estrangeira em até trinta por cento no capital ordinário do Banco Bradesco S.A.”, ficando o BC encarregado de adotar as providências para que isso seja concretizado.

Na mesma reunião, o CMN resolveu permitir a participação de estrangeiros em 33,33% no Banco Luso Brasileiro. Também foram aprovadas a compra por estrangeiros de 100% da Sul América Investimentos DTVM e da Aporte DTVM.

Por outro lado, o coreano Woori Bank foi autorizado a abrir filial no país com capital totalmente estrangeiro, igualmente para o norte-americano Interactive Brokers Group LLC, que poderá abrir uma corretora de títulos e valores mobiliários.

Todas essas autorizações também foram publicadas no Diário Oficial da União da segunda-feira.

O capital estrangeiro já conta com expressiva participação no sistema financeiro brasileiro, como os norte-americanos Citibank e Bank Boston, os espanhóis Santander e Banco Bilbao Vizcaya (BBV), o holandês ABN Anro, o inglês HSBC, o francês BNP Paribas, o alemão Deutsche Bank, o japonês Mitsubishi, os bancos das montadoras, entre outros.
Arrocho do governo inglês lançará meio milhão de crianças na pobreza

18/01/2012
Escrito por: Marcelo Justo - Carta Maior

O drástico plano de ajuste da coalizão conservadora-liberal democrata tem um resultado claro e quantificável. Segundo o estudo conjunto de dois respeitados institutos britânicos, o Family and Parenting Institute (FPI) e o Fiscal Studies Institute (FSI), a redução de benefícios sociais e o aumento do IVA (Imposto sobre Valor Agregado, taxa aplicada na União Europeia que incide sobre a despesa ou o consumo), entre outras medidas, lançará meio milhão de crianças e adolescentes na pobreza absoluta. A Organização de Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) tem outra maneira de apresentar essa situação: “o Reino Unido é a sociedade mais desigual das nações ricas”.

O estudo do FPI e do IFS assinala que a receita média das famílias britânicas com crianças, que diminuiu 4,2% em 2010-2011, seguirá caindo. Em 2015, último ano de governo da coalizão, esse tipo de famílias experimentará um corte em suas receitas de aproximadamente dois mil dólares anuais.

O impacto é particularmente marcante para famílias com três ou mais crianças, meninos de menos de cinco anos e para os que recebem ajuda para pagar aluguéis privados. “Os cortes vão impactar muito mais às famílias com filhos que os aposentados e o resto dos trabalhadores”, assinalou Katherie Rake, do FPI.

Os cortes aprovados pela coalizão em outubro de 2010 e aprofundados desde então para “lidar com o déficit fiscal” e “dar tranquilidade e previsibilidade aos mercados financeiros” incluem um congelamento salarial para os empregados estatais e o fechamento massivo de serviços sociais, entre eles os clubes juvenis, cuja ausência se fez sentir nos distúrbios que assolaram a Inglaterra em agosto passado.

O impacto é especialmente devastador para as famílias mais pobres. A Lei de Pobreza Infantil de 2010 define a pobreza absoluta como uma renda 60% abaixo da média nacional. Com base nesta medida, o FPI e o FSI calculam que meio milhão de crianças ficarão abaixo desta linha: cerca de 300 mil menores de cinco anos.

Em um comunicado, o governo reconheceu as dificuldades que muitas famílias estão vivendo, mas assinalou que estão sendo tomadas medidas relativas a esse tema. “Há medidas para ajudar a estas famílias como o congelamento dos impostos para o aluguel estatal ou a introdução do imposto universal”, assinala o comunicado. Segundo o FPI, a maioria destas medidas é apenas um remendo que beneficia alguns setores ou que só serão implementadas em 2018 como o imposto universal.

Pior ainda, como o resto dos ajustes na União Europeia (UE), o britânico comete o pior dos pecados: infligir um sofrimento em vão. Longe de diminuir, o déficit está crescendo. Ao final de 2011, a dívida total britânica se incrementou quase um bilhão de libras ou 62,8% do Produto Interno Bruto. “Como resultado de sua política, o governo teve que endividar-se 158 bilhões de libras a mais do que o calculado”, assinala Rachel Reeves, porta-voz de temas fiscais da oposição trabalhista.

Um informe do Center for Economic and Business Research (CEBR) assinala que o Reino Unido entrará em recessão este ano e que haverá 3 milhões de desempregados em 2013. Como na famosa frase de Shakespeare, o draconiano ajuste britânico parece um “conto contado por um idiota”: a exigência da austeridade está condenando não só o Reino Unido, mas também os países da eurozona a um escasso crescimento econômico e a um maior déficit fiscal. “Os países impõem a austeridade exigida pelos mercados financeiros que, por sua, logo castigam os países e os criticam porque a economia não cresce como resultado da austeridade”, disse Jenni Russell, comentarista do conservador vespertino Evening Standard.

Nos últimos quatro anos, o nível de vida dos britânicos caiu cerca de 28%, a pior diminuição desde o pós-guerra. Como era de se esperar isso não está acontecendo de maneira igualitária. Segundo a OCDE, o Reino Unido tem o nível de desigualdade mais alto entre os países considerados ricos que fazem parte da organização. Os 10% com mais renda ganham hoje 12 vezes mais que os 10% com menos renda: em 1985, essa proporção era de oito para um. A diferença se torna ainda mais abismal quando se olha para os milionários. O 1% com mais renda, que tinha 7,1% da torta em 1970, passou a ter 14,3% em 2005.
Esta crescente desigualdade se dá em todo os países da OCDE, ainda que não na alarmante proporção verificada no Reino Unido. No mundo em desenvolvimento tampouco há muito para celebrar. Segundo o mesmo informe, no Brasil e no resto dos países do BRIC (China, Rússia e Índia) a desigualdade é de 50 para 1. O secretário geral da organização, Angel Gurría, reconheceu que as coisas melhoraram com os programas sociais do presidente Lula, mas indicou que, apesar disso, “a desigualdade segue sendo cinco vezes mais alta que nos países desenvolvidos”.

Fonte: Carta Maior
Pelo fim do imposto sindical 
 Em carta ao STF, CUT pede agilidade para julgar cobrança da taxa, porém mantendo o reconhecimento das centrais

Escrito por: CUT Nacional

A Central Única dos Trabalhadores enviou nessa terça-feira (10) uma carta ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluzo, para pedir agilidade no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contrária ao repasse do imposto sindical às centrais sindicais.

A posição faz parte da luta que a CUT aprofundará em 2012 por autonomia e liberdade sindical. Para a Central, substituir o imposto por uma taxa negocial definida em assembleia pelas categorias é fundamental para fortalecer os sindicatos combativos e representativos e acabar com aqueles de fachada. “Esse é uma manifestação de coerência com aquilo que defendemos desde nossa fundação e é nossa pauta prioritária neste ano”, destaca o secretário Geral da entidade, Quintino Severo.

Em 2008, com o reconhecimento legal, as centrais sindicais passaram a fazer parte da divisão do imposto sindical com 10% do valor total. Do restante, 60% vai para os sindicatos, 15% para as federações e 5% para as confederações. Outros 10% ficam para o governo. Caso seja aprovada a alteração, o valor voltará para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Em agosto daquele ano, todas se comprometeram a apoiar o envio de um anteprojeto ao Executivo para implementação da contribuição negocial, conforme comprova o documento ao lado assinado por todos os presidentes. Três anos depois, apenas a CUT – que recebe a maior parte do imposto por ser mais a representativa, respondendo por 38,3% de todos os trabalhadores filiados a algum sindicato no Brasil – ainda mantém a mesma posição. As demais preferiram se aliar à posição majoritária das entidades patronais.

Quintino ressalta porém que a Adin 4067 ajuizada pelos Democratas (DEM) prevê a anulação do reconhecimento dessas organizações, ação com da qual a CUT discorda. “As centrais são parte determinante na organização da estrutura sindical e, portanto, não faz sentido modificar isso. Iremos lutar para que apenas o imposto caia e dê lugar a uma forma de sustentação de fato democrática”, acrescentou.

A votação está parada no Supremo desde março de 2010, quando o ministro Carlos Ayres Britto, então presidente da corte, pediu vistas do processo. Na ocasião, a votação estava empatada, com três magistrados favoráveis à Adin – Joaquim Barbosa, Cezar Peluso e Ricardo Lewandowski – e três contrários – Marco Aurélio, Cármen Lúcia e Eros Grau.

Fonte: CUT Nacional

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Previdência e Saúde abrem negociações com BNB nesta quinta e sexta
A Contraf-CUT, sindicatos e federações iniciaram nesta quinta e sexta-feira, dias 12 e 13, a mesa permanente de negociações específicas em 2012 com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), em Recife. As datas foram marcadas na última rodada de 2011, ocorrida no dia 9 de dezembro, após o fechamento da Campanha Nacional dos Bancários.

Para o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, "as mesas de negociações permanentes ajudarão a ampliar as conquistas dos trabalhadores. Além dos direitos já consagrados, fruto de mobilizações e greves, a instalação das mesas temáticas será fundamental para continuar avançando muito mais na direção do atendimento das reivindicações específicas dos funcionários do BNB".
Mesas temáticas

Nesta quinta, serão instaladas as mesas temáticas sobre Previdência, às 10h, e Saúde, às 15h. O banco fará uma apresentação das questões já discutidas pela diretoria do banco sobre os temas.

Previdência

Entre os temas que serão debatidos, Miguel ressalta a revisão do Plano de Benefícios da CAPEF. "Atualmente mais de mil funcionários (aproximadamente 18% do total) já se encontram aposentados pelo INSS, mas não veem atrativos para se desligarem do banco e por isso permanecem na ativa", afirma.

O trabalhador, em qualquer empresa, quando adere a um Plano de Aposentadoria Complementar tem a expectativa, após passar uma vida contribuindo, de formar uma reserva que garanta uma justa complementação aos valores pagos pelo INSS e com isso ter garantida uma aposentadoria digna. "Quando isso não ocorre acaba se frustrando e permanece mais tempo no mercado de trabalho. É isso o que vem ocorrendo", salienta o diretor da Contraf-CUT.

Tal realidade cria diversos problemas. "Um exemplo é na área de RH, onde não se abrem novas oportunidades de encarreiramento para os mais novos na empresa, dificultando essa oxigenação que é muito importante para todos (empresa e funcionários)", explica Miguel.

A situação gera ainda problemas aos já aposentados. "Muitos têm adoecido no trabalho e não estão se tratando adequadamente, porque no caso de se afastarem do trabalho não receberão a complementação salarial assegurada na Convenção Coletiva de Trabalho, uma vez que já recebem benefício previdenciário de aposentadoria. Ou seja, os problemas vão se avolumando", ressalta.

"A mesa temática tem a tarefa de encontrar soluções para toda essa problemática, garantindo os direitos dos trabalhadores, sem causar prejuízos a ninguém", avalia o dirigente da Contraf-CUT.

Saúde

Um dos pontos da pauta é a revisão do plano de custeio da CAMED. "Nossa proposta é que seja constituído um fundo de assistência médica, com recursos alocados pelo próprio BNB, de modo que a coparticipação atual possa ser revista", explica Miguel.

Negociação permanente

Já nesta sexta, às 14h, acontece a negociação da pauta específica com o banco. "Terão ênfase as questões referentes às cláusulas funcionais constantes da minuta entregue à diretoria do banco", ressalta Thomaz de Aquino, diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará e coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.

Dentre as principais demandas, destacam-se a isonomia entre funções (novo plano de funções e comissões); efetivação de função, procedimentos para a concorrência interna e transferências; incorporação de função; comissão paritária - CIN-Pessoal; funções de risco (pagamento de adicional de periculosidade); implantação do ponto eletrônico e, principalmente, um novo plano de funções e a revisão do PCR.

Preparação

Antes da negociação, será realizada nesta sexta, às 10h, na sede do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, uma reunião preparatória com os integrantes da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB.

Fonte: Contraf-CUT
Fenae destaca importância e problemas no aniversário de 151 anos da Caixa
Crédito: Fenae

Nesta quinta-feira, dia 12 de janeiro, a Caixa Econômica Federal comemorou aniversário de 151 anos. Para marcar a data, a empresa realizou uma cerimônia em clima de espetáculo de sensações, com música, luzes, cores, projeções, dança, arte, holografia, pintura e muito mais.

O evento, em espaço montado entre o edifício-sede da Matriz I e a Caixa Cultural, marca o lançamento do novo posicionamento da Caixa para 2012, em Brasília, o início foi as 15h, e contou com a presença de dirigentes da Fenae, como Pedro Eugenio Leite (diretor-presidente), Jair Pedro Ferreira (diretor vice-presidente), Fabiana Matheus (diretora de Administração e Finanças) e Ely Custódio Freire (diretora de Cultura).

Confira a íntegra de editorial da Fenae acerca do protagonismo, importância e problemas decorridos nesses 151 anos:

Editorial da Fenae

"A Caixa Econômica Federal completa 151 anos de existência nesta quinta-feira, dia 12 de janeiro. Sua presença na história do Brasil e na vida dos brasileiros foi forjada em 1861, por meio do decreto nº 2.723, de criação da Caixa Econômica da Corte, assinado por dom Pedro II.

"A Fenae e as Associações do Pessoal da Caixa (Apcefs) rendem homenagem à instituição e a todos os cidadãos que participaram de sua construção ao longo desses anos, notadamente seus trabalhadores.

"Parabéns à Caixa e parabéns aos bancários da Caixa - os empregados em atividade e os aposentados.

"A empresa conta hoje com 2.261 agências (465 com penhor), 566 postos de atendimento bancário, 1.877 postos de atendimento eletrônico. Sua rede de atendimento, incluindo unidades lotéricas e correspondentes Caixa Aqui, a leva a 5.467 municípios brasileiros. Sua base de clientes atualmente é de mais de 51 milhões de pessoas, entre correntistas e poupadores de todas as faixas de renda. Os ativos consolidados ultrapassam R$ 380 bilhões.

"A trajetória da Caixa rumo à condição de maior banco público da América Latina foi marcada por estreito vínculo com os desafios do país e com as necessidades da população. A instituição consolidou-se como instrumento do desenvolvimento econômico e social, com atuação voltada especialmente para os segmentos de baixa renda.

"A Caixa é o principal agente das políticas públicas do Estado brasileiro. Serve a todos os cidadãos com transferência de benefícios sociais, investimentos em habitação, saneamento e infraestrurura, poupança, empréstimos, gestão do FGTS, Programa de Integração Social (PIS), seguro-desemprego e crédito educativo, entre outros serviços e programas.

"Essa inestimável contribuição ao país e à sua gente é e sempre foi sustentada por trabalhadores e trabalhadoras aguerridos, profundamente comprometidos com os desafios apresentados à empresa. Mas o gigantismo do esforço desprendido pelos bancários e bancárias nem sempre encontra correspondência nos salários e nas condições de trabalho e de saúde.

"A Caixa conta atualmente com 85.682 empregados, um contingente muito aquém das necessidades constatadas nas unidades, especialmente nas agências e postos de atendimento, onde as demandas são cada vez maiores - o movimento associativo e sindical considera que o quadro de pessoal próprio deve ser de, no mínimo, 100 mil empregados.

"O crescimento da carga de trabalho é acompanhado de inviabilidade de treinamento e de formação de pessoal, inadequação de instalações, metas abusivas e, não raro, assédio moral. Essa conjunção de fatores leva ao aumento do estoque de horas extras praticadas (muitas vezes não pagas) e à deterioração da qualidade de vida dos bancários e bancárias, quando não a adoecimentos físicos e mentais.

"A elevação da importância da Caixa como banco público a serviço do Brasil e dos brasileiros precisa ser associada também a uma política de pessoal compatível com o reconhecimento ao papel que a empresa cumpre no cenário econômico e político do país.

"Além de modernizar a relação com seus empregados, para superação de problemas decorrentes das dificuldades do momento, é necessário que a direção da Caixa se volte ainda para a remoção de esqueletos remanescentes do período em que a empresa esteve sob ameaça de desmonte, como é o caso do Complemento Temporário Variável de Ajuste de Mercado (CTVA), criado no governo neoliberal dos anos 1990, e que agora impacta fortemente os planos de benefícios da Funcef, por ter sido excluído da base dcontribuição ao fundo de pensão dos empregados da Caixa.

"O Brasil e os brasileiros precisam da Caixa. Precisam, em última instância, dos trabalhadores da Caixa. Os bancários e bancárias se orgulham em servi-los. Mas com dignidade e reconhecimento".

Diretoria da Fenae

Fonte: Fenae
Prefeita de Natal tem 90% de reprovação

Por Cristian Klein
Valor Econômico

SÃO PAULO – Na última corrida municipal, em 2008, dos 20 prefeitos, nas 26 capitais, que tentavam renovar o mandato, apenas um, o de Manaus, Serafim Corrêa (PSB), não conseguiu se reeleger. Neste ano, é a prefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV), quem já aparece como um dos nomes mais fortes a ter sua reeleição rejeitada. No primeiro levantamento que abre a temporada eleitoral na capital potiguar, Micarla aparece em sétimo lugar, com 2,1% das intenções de voto, em uma lista de oito nomes. De acordo com pesquisa realizada pelo instituto Consult, a prefeita tem sua administração reprovada por 90% dos entrevistados. Apenas 5,6% aprovam sua gestão, índice que, abaixo de 30%, segundo especialistas, já compromete a reeleição de qualquer governante. A taxa de rejeição chega a 63,5%. Na liderança da pesquisa, está o ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT), com 42,8% das preferências, seguido da ex-governadora Wilma de Faria (PSB), com 19,1%.

Ex-apresentadora e proprietária da TV Ponta Negra, afiliada do SBT no Rio Grande do Norte, Micarla enfrentou em maio do ano passado uma onda de protestos iniciada nas redes sociais. É criticada pelo tratamento ao funcionalismo público e por ter deixado a cidade abandonada na área de infraestrutura. Os principais aliados na vitória de 2008, ocorrida no primeiro turno, aos poucos deixaram seu governo, como o PSDB e o DEM, partido do senador José Agripino Maia e da governadora Rosalba Ciarlini.

A pesquisa foi encomendada pelo Sinduscon-RN, sindicato da indústria de construção civil do Estado, e entrevistou mil eleitores entre 4 e 7 de janeiro. Foram aferidas ainda as gestões da presidente Dilma Rousseff (aprovada em 63%) e da governadora (reprovada por 59,3%).

(Cristian Klein/Valor Econômico.
Aposentados querem negociar reajuste maior após recesso parlamentar

Insatisfeitos com os 6,08% de reajuste nas aposentadorias acima do salário mínimo, entidades e sindicatos querem negociar diferença e tentar novamente aumento real ainda em 2012.
Por: Letícia Cruz, Rede Brasil Atual
Publicado em 10/01/2012, 09:20
Última atualização às 12:46

Aposentados pressionam Congresso durante campanha por reajustes em 2011 (Foto: Rodolfo Stuckert/ArquivoRBA)

São Paulo – Com o reajuste de 6,08% nas aposentadorias acima do salário mínimo confirmado pelo governo, entidades que representam os aposentados pretendem agora pleitear um percentual maior após o recesso parlamentar. O índice, equivalente à inflação de 2011 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é considerado insuficiente pelos aposentados, que pleiteavam um reajuste de 11,7% no Congresso - reposição da inflação mais 80% do Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior. O piso dos benefícios corresponderá ao salário mínimo, de R$ 622.

De acordo com Gilson Matos, diretor de Seguridade Social da Confederação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Cobap), a estratégia é "bater na tecla" até que se chegue a um acordo. "Queremos agora tentar um reajuste fora do período. Vamos tentar negociar esta diferença (da correção inflacionária)", disse à Rede Brasil Atual. O mesmo ocorreu em 2010, quando a Câmara dos Deputados aprovou no mês de maio um índice maior do que desejava o governo à época (7,7%).

Pouco após a votação do Orçamento no último dezembro, a presidenta Dilma Rousseff encaminhou ofício aos ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e da Previdência, Garibaldi Alves, informando a retomada das negociações com as entidades a partir de fevereiro. Um acordo entre sindicatos, entidades, parlamentares e governo foi feito na última hora da votação, garantindo a continuidade do diálogo no começo do ano. Porém, a ordem do governo é segurar os reajustes e priorizar os investimentos em programas sociais.

Entretanto, a postura de contenção de gastos desagrada aos aposentados. "As nossas considerações sobre os 6,08% são as piores possíveis", criticou Matos, que apostava em um valor maior. Segundo os cálculos da confederação, são cerca de 9 milhões de pessoas que ganham acima do salário mínimo. Destes, 80% recebem até dois salários mínimos - R$ 1.244. "Está mais que na hora de eles perceberem que o aumento só movimenta a economia", frisou.

Nas conversas que devem acontecer nos próximos dias no Congresso, os parlamentares que assinaram a emenda ao Orçamento que pedia 11,7% já cogitam rever os termos da negociação. De acordo com o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), os 80% do PIB podem se transformar 60%, dependendo do que o governo propuser a seguir.

Tags: aposentados, cobap, dilma, aposentadoria, sindicato, confederação, parlamentar, inss, gastos, governo, reajuste
Dieese: brasileiros trabalham 97 horas para comprar cesta básica
O trabalhador que ganha salário mínimo precisou cumprir uma jornada de 97 horas e 22 minutos, em dezembro de 2011, para comprar os gêneros alimentícios essenciais. De acordo com o Dieese, que avaliou o preço da cesta básica em 17 capitais, esses produtos ficaram 10% mais caros, em média, no intervalo de um mês.

Ao longo de 2011, parte dos alimentos essenciais teve alta generalizada. Café e óleo de soja subiram em todas as localidades. Por outro lado, os preços do feijão e do arroz tiveram queda em 16 capitais.

Na capital paulista, as famílias tiveram gastos de R$ 277,27 com a alimentação básica, o maior índice verificado. A cesta básica mais barata foi encontrada em Aracaju (SE), chegando a custar R$ 182,22.

Ainda em dezembro de 2011, o custo da cesta representava 48,11% do salário mínimo líquido, que na época estava ajustado em R$ 545. O Dieese calculou que, na ocasião, o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 2.329,35

O valor estimado pela instituição considera a quantia que um trabalhador e sua família precisam para custear as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

(Fonte: Radioagência NP)
Itaú Unibanco é líder de reclamações de clientes no Procon de Recife
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O Itaú Unibanco foi o líder de reclamações recebidas pelo Procon do Recife no mês passado. Foram 25 queixas abertas pelos usuários em dezembro, sobretudo por cobranças indevidas e má prestação de serviço. O Santander ficou em sexto lugar, com 14 reclamações.

Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Jaqueline Mello, um dos principais fatores que geram as reclamações dos clientes dos bancos é o péssimo atendimento. "Isso é causado pela falta de funcionários. Os clientes ficam horas na fila e não têm atendimento decente porque não há bancários suficientes. Além disso, os bancos abusam e desrespeitam seus clientes com cobranças indevidas, que são um verdadeiro roubo", diz.

Ao todo, o Procon de Recife registrou 161 queixas em dezembro. Além do Itaú e Santander, outras empresas citadas durante o período foram: Oi, com 23 queixas; Eletro Shopping (21); Hipercard (19); Bompreço (16); Celpe (12); Insinuante (11); Samsung e Claro, ambas com 10 reclamações cada.

O Procon-Recife funciona de segunda à sexta-feira, das 8h às 13h, na Rua Carlos Porto Carreiro, 156, Derby. O serviço também está disponível para orientação ao consumidor pelo telefone 0800-281-1311 ou via Internet (procon@recife.pe.gov.br).

Para facilitar o atendimento, o cidadão deve levar toda a documentação, como nota fiscal, contrato, ordem da carta de cobrança e propaganda, conforme o caso.

Fonte: Seec PE

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Chapa 1 vence eleição na Apcef/RN com 67,5% dos votos, posse foi nesta quinta
A diretoria reeleita da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal do Rio Grande do Norte (Apcef-RN) foi empossada nesta quinta-feira (5), às 20h, durante cerimônia realizada na sede social da entidade, localizada na Rota do Sol, s/n, em Pium.

Foi eleito presidente da Apcef/RN para a gestão 2012/2014, o funcionário da Agência Câmara Cascudo e atual secretário-geral da Apcef/RN, Urbano Guedes, que substituirá a presidenta Rosane Márcia de Medeiros.

O processo eleitoral na Apcef/RN ocorreu nos dias 14 e 15 de dezembro do ano passado, contando com a participação de duas chapas. A apuração dos votos foi encerrada no dia 28 de dezembro.

A chapa 1 “A Apacef é Nossa” que recebeu a maioria dos votos dos funcionários e funcionárias da Caixa, sendo 67,5% dos votos válidos, foi a vencedora. A chapa 2, de oposição, que contou com o apoio da direção do Sindicato dos Bancários do RN, foi derrotada.

A cerimônia de posse da atual diretoria, foi prestigiada pelos funcionários e funcionárias da Caixa Econômica Federal, o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e vice-presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, e outras entidades.

A Contraf-CUT e a Fetrafi/NE-CUT, desejam uma excelente gestão para a diretoria reeleita da Apcef-RN com muitas parcerias e conquistas.
Bancos investem para ganhar fatia de mercado no nordeste

Marcelle Gutierrez

são Paulo - A Região Nordeste ganha força dentro das estratégias dos bancos comerciais brasileiros nos últimos anos. O Bradesco foca a inauguração de parte das 1.003 novas agências na Região Nordeste e a Caixa Econômica Federal planeja a abertura de 100 novas agências e 500 lotéricas em 2012. Já o Banco do Nordeste reforça a atuação exclusiva com a instalação de 647 pontos de atendimento a partir deste mês de janeiro, além das 169 agências já existentes. A justificativa está no ritmo de crescimento da economia nordestina, superior ao registrado no âmbito nacional graças a positivo desempenho do mercado de trabalho, alta da renda, indústria e investimentos públicos.

De acordo com último relatório regional do Banco Central, de outubro de 2011, foram criados 127 mil postos de trabalho no nordeste até agosto de 2011. No que se refere às operações de crédito, principal fonte de rentabilidade dos bancos, o estoque contratado no segmento de pessoas físicas atingiu R$ 91 bilhões ao final do primeiro semestre de 2011, o que representa alta de 27,9% em 12 meses. Em pessoa jurídica, a soma atingiu R$ 114 bilhões, acréscimo de 23,1% no mesmo período. Já as operações de crédito superiores a R$ 5 mil atingem R$ 205 bilhões até agosto, um crescimento de 25,2% ante o mesmo período de 2010.

Segundo Erivelto Rodrigues, presidente da agência classificadora de risco Austin Rating, a população nordestina transforma-se no foco de atuação das instituições financeiras devido ao atual desenvolvimento da economia local. "É interessante pela bancarização [acesso da população aos serviços financeiros] e pelo desenvolvimento das empresas regionais."

Para José Sydrião de Alencar Júnior, diretor de Gestão do Desenvolvimento, do Banco do Nordeste, que possui atuação exclusiva na região, o nordeste tem condições de aproveitar o bom momento vivido pela economia brasileira e crescer mais do que o País. Segundo o diretor, as justificativas também estão nas políticas públicas realizadas recentemente, como o Bolsa-Família, crédito para pequenos empreendimentos, Plano Brasil Maior, Simples Nacional e a retomada do processo de planejamento regional.

Entre os principais produtos e serviços bancários oferecidos, Alencar Júnior conta que a atuação em grande escala ocorre no crédito produtivo de longo prazo para micro e pequenas empresas, tanto rurais quanto urbanas. "O Banco do Nordeste opera no segmento de microcrédito produtivo orientado através do Programa Crediamigo, o maior programa da América do Sul e o segundo da América Latina em volume de clientes", diz o diretor, que revela que foram concedidos R$ 3,160 bilhões em 2011, alta de 19% ante 2010.

O Banco do Nordeste tem 169 agências e prevê a instalação de 647 pontos de atendimento em um prazo de quatro anos a partir deste mês. "Há o conceito de canal de atendimento, que consiste na instalação de pontos de prestadores de serviços bancários em estabelecimentos comerciais tais como supermercados, farmácias e uma infinidade de outros pontos comerciais e de serviços", complementa o diretor.

O atendimento complementar às agências também é a estratégia da Caixa. O diretor de Estratégia e Expansão do banco, Paulo Nergi, afirma que 70% da população frequenta as lotéricas. "Ainda em 2012 temos o objetivo de ter uma lotérica em cada município brasileiro. Estamos também realizando a automatização de produtos e serviços financeiros para ampliar a oferta de instrumentos de bancarização e crédito."

Somente no nordeste, a Caixa planeja abrir mais 500 lotéricas em 2012 que se somam às 2,5 mil existentes. Em agências, o banco abriu mais de 60 nos últimos dois anos e prevê a instalação de 100 neste ano, além das duas superintendências regionais já inauguradas na Bahia. "Estamos confiantes em que o processo de desenvolvimento deve permanecer e investimos na capilaridade para fornecer crédito para a baixa renda, instrumentos de bancarização e financiamento para as obras de infraestrutura."

No caso específico do programa de construção de imóveis populares "Minha Casa, Minha Vida", Nergi revela que 26% do total de contratações ocorre na região.

O Bradesco é outro banco a focar nestes estados com a inauguração de parte das 1.003 novas agências. "Levamos em conta os índices de inclusão bancária. O potencial que a economia dá de bancarização é muito forte", diz Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco. Somente São Paulo tem 43% da população bancarizada, enquanto toda a Região Nordeste chega a 16%.

O executivo João Aguiar Alvarez, membro do Conselho de Administração do Bradesco, explica que o nordeste teve um incremento de renda e o banco adquiriu a folha de pagamento dos servidores estaduais de Pernambuco - "ação específica para atender esses novos clientes, com abertura de agências onde há uma concentração grande".



Caixa Econômica e Banco do Brasil geram disputa entre partidos
PT pressiona para que o Banco do Brasil, sob seu comando, toque o PAC e o Minha Casa, Minha Vida. PMDB quer manter o controle dos programas na atual gestora
O senador José Pimentel (PT-CE): "A intenção é que os bancos ofereçam os mesmos serviços e concorram entre si"

Recursos orçamentários da ordem de R$ 110 bilhões voltados para ações sociais na área de habitação, infraestrutura e segurança alimentar atiçam a gula do PT e do PMDB pelo comando de bancos estatais. A reforma ministerial prevista para a próxima semana elevou ainda mais a temperatura dos debates. Apesar de o Planalto sinalizar que pretende fazer pequenas mudanças, os principais partidos do governo lutam para conquistar o espaço das siglas nas cúpulas da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.

Nos últimos dois meses, o PMDB marcou posição sobre o interesse em ampliar o comando da Caixa, banco que é o único agente executor dos programas sociais e responsável pela execução das emendas parlamentares — que em 2012 somam 40 bilhões. Prevendo a possibilidade de perder a briga com o PMDB, o PT, que sempre teve mais influência no Banco do Brasil, defende projeto de inclusão do banco como um segundo agente executor para se “equiparar” à Caixa, em termos de investimentos governamentais.

Está em estudo no governo e no Banco do Brasil a entrada da instituição no circuito de repasses de recursos de programas ministeriais. O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), é um dos defensores do avanço do Banco do Brasil sobre esse campo. Pimentel afirma que, a partir do funcionamento do Banco Postal, operado pelo BB, a instituição iniciará a concessão de crédito pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e aumentará sua capilaridade social. De acordo com o líder do governo, a participação do Banco do Brasil como executor de emendas para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e para o Minha Casa, Minha Vida poderia acelerar o processo de liberação dos recursos. “O volume de trabalho da Caixa é muito alto. Com a atuação do Banco do Brasil, diminuiria pela metade o prazo de análise de convênios, de fiscalização e medição das obras. As empresas de construção civil têm reclamações. A intenção é que os bancos ofereçam os mesmos serviços e concorram entre si.”

A ideia do PT de turbinar o BB com recursos de programas sociais e de emendas parlamentares, no entanto, tem restrições de executivos do BB e do PMDB. A área técnica da instituição rejeita a hipótese de ela atuar como agente executor de emendas. A avaliação é de que o setor só dá dor de cabeça e demanda enorme estrutura de pessoal. O Banco do Brasil avalia a possibilidade de entrar para complementar a ação da Caixa em programas habitacionais e de infraestrutura. Emendas e transferência de renda são descartadas. “A remuneração obtida como agente financeiro dos programas sociais do governo, por exemplo o Bolsa Família, não garante o sucesso da instituição”, observou um alto executivo do banco.

Execução lenta

O peemedebista Geddel Vieira Lima, vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, afirma que ainda não existe uma proposta formal de transferir atribuições para o BB. Geddel acrescenta que não é possível utilizar somente o argumento de que a Caixa está sobrecarregada para eleger o Banco do Brasil como um segundo agente executor de programas governamentais. “Essa é uma decisão de governo, não é só dizer que a Caixa está sobrecarregada. O padrão de exigência é que causa isso. Também falta estrutura das prefeituras. É uma disposição que vem da necessidade de trazer mais agentes financeiros para o setor, não é uma disputa”, afirmou Geddel.

Para o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em vez de eleger o Banco do Brasil como um segundo agente executor, o governo poderia tomar para si a execução orçamentária dos programas e deixar a Caixa como um banco suporte. “O governo está estudando uma alternativa para mais de um agente executar, mas não precisa o banco executar. Não sei se o Banco do Brasil tem estrutura. Em vez de colocar o Banco do Brasil, seria melhor colocar a estrutura do governo. A Caixa tem corpo funcional de engenheiros, coisa que o Banco do Brasil não tem. A Caixa pode dar suporte para o ministério executar”, argumenta.

Enquanto PT e PMDB avaliam a equação política da transferência de atribuições da Caixa para o Banco do Brasil, os executivos do BB já avisam: a instituição só entrará em programas e projetos com remuneração adequada. O Banco do Brasil está entrando em nichos de mercado que até pouco tempo atrás eram uma exclusividade da Caixa Econômica Federal. Um exemplo é o crédito habitacional. A Caixa detém cerca de 70% do mercado, mas o Banco do Brasil, que só começou a oferecer financiamento para a casa própria há três anos, quer chegar em 2013 em terceiro lugar, desbancando concorrentes privados, como Bradesco e Santander.

Cofre aberto

Em um ano, o Banco do Brasil pretende mais que dobrar o volume de empréstimos para a casa própria, passando de R$ 3,4 bilhões em dezembro de 2010 para R$ 7,7 bilhões em dezembro deste ano. O BB também entrará na fase 1 do programa Minha Casa, Minha Vida, que é bancada com subsídios do Tesouro para as famílias de baixa renda.

CGU pede ressarcimento de R$ 1,8 bi em 2011

A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou ontem o balanço de ações com pedido de ressarcimento promovidas no ano passado. A CGU solicitou a devolução de R$ 1,8 bilhão em recursos com indícios de irregularidades em sua aplicação. O montante se refere a transferências por convênios para ONGs, estados ou municípios. Ao todo, foram 744 tomadas de contas especiais enviadas pelo órgão ao Tribunal de Contas da União (TCU). Desde 2002, quando o balanço começou a ser divulgado, a CGU já recomendou o ressarcimento de R$ 7,7 bilhões aos cofres públicos em 12.337 ações. As principais razões para os pedidos são falhas como a “omissão no dever de prestar contas” e “irregularidades na aplicação dos recursos”.

Josie Jeronimo, Vânia Cristino

Publicação: 05/01/2012 07:00 Atualização:
Enquanto demite, Itaú Unibanco anuncia compra de novas ações da TAM
04/01/2012
Escrito por: Contraf-CUT com Terra

O Itaú Unibanco comunicou nesta terça-feira (3) ao mercado financeiro a compra de 68.900 ações preferenciais de emissão da TAM Linhas Aéreas, por meio de diversas operações liquidadas em 22 de dezembro de 2011. Com a aquisição, o banco aumentou sua participação de 4,93% para 5,10% no capital da TAM de ações preferenciais.

O banco informou que a compra não visa controle da companhia, bem como não irá alterar a administração, composição de controle ou regular funcionamento, sendo apenas de investimento.

Para Jair Alves, diretor da Contraf-CUT e um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, "o Itaú deveria investir no maior patrimônio que possui, que são os seus funcionários, e parar imediatamente o processo nefasto de demissões injustificadas".

Em 2011, o banco abusou da política de rotatividade e dispensou mais de 4 mil empregados em todo país, fechando 2.496 postos de trabalho até setembro, o que é inaceitável. "Além disso, jogou no olho da rua milhares de pais e mães de famílias que trabalhavam em empresas da holding, como a área de crédito, apesar do lucro recorde de R$ 10,9 bilhões somente nos primeiros nove meses do ano", denuncia o dirigente sindical.

Não é à toa que o banco ganhou a corrida-sátira de São Pilantra 2011, promovida no último dia 28 de dezembro pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo.

"O banco anda focado nas alturas. Na última greve, usou helicópteros para transportar funcionários. Agora compra ações de empresa aérea. Está na hora de olhar para quem produz os seus lucros e investir no emprego e na melhoria das condições de saúde, segurança e trabalho dos seus empregados", conclui Jair.
Cartão de crédito no Brasil bate soma dos juros cobrados em 6 países da AL
O juro do cartão de crédito no Brasil é o mais alto na comparação com cinco países da América do Sul e o México. É o que aponta uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (2) pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste). A soma das taxas dos seis países não chega ao valor médio dos juros cobrados pelas operadoras de cartão de crédito no Brasil.

Segundo a Proteste, o brasileiro que recorre ao financiamento por meio do cartão de crédito, o chamado crédito rotativo, está submetido a uma taxa média de juros de 237,9% ao ano. Essa taxa é quase cinco vezes superior à da Argentina, que aparece na segunda colocação e cuja taxa média de juros cobrada nas operações de cartão de crédito chega a 50% ao ano.

"As condições econômicas dos países pesquisados, quando confrontadas com as do Brasil, mostram claramente que a taxa média dos juros praticados no Brasil realmente é exagerada; caso fosse a metade, ou seja, de 119% ao ano [equivalente a 6,75% ao mês] ainda seria maior que o dobro da segunda colocada", diz a Proteste.

Atrás da Argentina aparece o Chile, com taxa média de 40,7%, seguido pelo Peru, com taxa de 40%, o México, com taxa de 36,2%, e a Venezuela, com taxa de 29%. A menor taxa entre os países analisados foi a da Colômbia, com taxa média de juros de 28,5% ao ano no cartão de crédito.

Os cartões de crédito, de acordo com a associação, têm sido o maior fator de endividamento dos consumidores porque as taxas cobradas no rotativo se tornam impagáveis.

Em dezembro, uma pesquisa divulgada pela Boa Vista, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), apontou que, entre os inadimplentes do país, 64,1% têm dívidas no cartão de crédito.

Fonte: Agência Brasil