CUT celebra 1º de Maio reafirmando luta pelo fim do imposto sindical
Crédito: CUT
Sem sorteios, com um tema inovador para a data e com a defesa da liberdade e autonomia sindical, a CUT comemorou por todo o país o 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador.
Em São Paulo, foi uma semana inteira de debates, atividades culturais, diversão e atos políticos em torno do tema "Brasil-África: Fortalecendo as Lutas da Classe Trabalhadora".
Quase no encerramento, durante o ato político da noite deste domingo, no Vale do Anhangabaú, uma figura que pela primeira vez participava das comemorações que são feitas no Brasil nesta data fez um comentário enfático: "Esta é a melhor celebração de 1º de Maio em que eu já estive em qualquer lugar do mundo", disse Danny Glover, ator de cinema estadunidense, militante do movimento negro dos EUA e filho de pai e mãe sindicalistas.
"E sabem o que há de tão especial nesta celebração da CUT? O reconhecimento de que há um relacionamento extraordinário entre o Brasil e a África, de que somos filhos e filhas de Mandela, e de que está nascendo um novo dia para o continente africano. E a CUT sabe disso", disse.
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), que horas antes havia estado na celebração que as demais centrais estavam realizando em outro ponto da cidade, também fez uma declaração enfática, desta vez marcando as posições políticas que a CUT vem defendendo há quase três décadas no Brasil: "Sou cutista e tenho orgulho de estar aqui, porque na CUT há o que existe de melhor no movimento sindical brasileiro".
De alguma forma, deram a deixa para a fala que encerraria depois o ato político. "Mais uma vez a CUT mostra ousadia e inovação, ao eleger como tema a importância de fortalecermos as relações entre Brasil e África, entre nossos povos e entre nossa luta por direitos e avanços sociais", iniciou Artur Henrique, presidente da CUT.
No seu pronunciamento, Artur destacou a disputa sindical que se acirra no Brasil. "Neste Primeiro de Maio nós estamos também levantando mais uma vez a necessidade de acabar com o famigerado imposto sindical, que estimula a criação de aproximadamente 2,3 novos sindicatos por dia, a maioria sindicatos que não representam nada, que não fazem nada para melhorar a vida dos trabalhadores", afirmou.
"Cada vez mais precisamos é fazer com que os sindicatos no Brasil sejam fortes, representativos, e isso só vamos conseguir quando os trabalhadores puderem escolher, decidir como querem financiar seu sindicato", completou. A CUT defende o fim do imposto sindical e que em seu lugar seja introduzida a contribuição sobre a negociação coletiva, que seria votada em assembleias de trabalhadores da base de cada sindicato. Essa forma de financiamento tende a fortalecer sindicatos que têm atuação e a acabar com os sindicatos de fachada, que por não fazerem nada não conseguiriam convencer os trabalhadores a aprovar a contribuição.
Artur lembrou ainda que essas duas medidas precisam vir acompanhadas por uma legislação que acabe com as práticas antissindicais e pela ratificação da Convenção 87 da OIT, que garante liberdade e autonomia sindical.
Antes, lideranças partidárias já haviam declarado ao público presente que suas entidades vão apoiar as bandeiras da CUT. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou: "Podem contar com a solidariedade do PT para acabar com o imposto sindical, com as práticas antissindicais e para reduzir a jornada de trabalho".
Marco Maia investiu na mesma linha. "A Presidência da Câmara assume compromisso para reduzir a jornada e para acabar com o fator previdenciário", disse. Maia, inclusive, entregou a Artur uma cópia do ato oficial de seu gabinete que instituiu, na semana anterior, uma comissão especial na Câmara para debater e fazer avançar uma legislação que acabe com as mazelas da terceirização no mercado de trabalho.
Adi dos Santos Lima, presidente da CUT-SP, voltou a lembrar a necessidade de participação de todos para a ampliação das mudanças no Brasil. "Acreditamos na solidariedade de nossos parceiros para continuar fazendo avançar as conquistas sociais". Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, que participou do ato representando a presidenta Dilma Rousseff, disse que o governo federal mantém seu "compromisso fundamental de diálogo permanente com o movimento sindical".
A festa desse domingo foi encerrada por uma apresentação de Martinho da Vila e Mart'nália. Outros shows aconteceram e o público se animou, apesar da persistente chuva que caía. Chico César, Rappin Hood, Ilê Ayê - um dos mais apreciados pela audiência, e o angolano Do Murras marcaram presença.
Por todo o Brasil, as CUTs estaduais realizaram celebrações. Em Natal o dia foi comemorado no Clube da Telemar com uma grande festa, que contou com a participação de vários setores dos movimentos sociais do nosso estado em que as cobranças por justiça social, dignidade para quem constrói o país, o fim das demissões sem justa causa e do imposto sindical, a luta pelas garantias trabalhistas e a conquista de novos direitos, foram os principais temas abordados.
Fonte: CUT
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