domingo, 18 de setembro de 2011

Pressão da CUT por aumento real ganha as ruas do Rio, no dia 21
Ato vai reunir trabalhadores com data base no segundo semestre, como petroleiros e bancários

Escrito por: Marize Muniz

Petroleiros, bancários e outras categorias com data base no segundo semestre deste ano, junto com o presidente da CUT Artur Henrique e o secretário de Finanças da central, Vagner Freitas, realizam ato no Rio de Janeiro, no dia 21, reivindicando reajuste de salário e aumento real, ratificação das convenções 158 e 192 da OIT, fim dos correspondentes bancários e fim do Fator Previdenciário, entre outros itens.

A manifestação começa às 09h00, com concentração na Candelária. Às 10h00, os trabalhadores seguirão em passeata pelo centro financeiro, parando as agências bancárias por pelo menos uma hora. A passeata termina em frente ao edifício sede da Petrobrás, onde será realizado um ato público.

A intensificação do processo de pressão por ganhos reais ocorre após declarações de autoridades federais que relacionam o combate a crise econômica mundial a arrocho salarial. Um exemplo disso veio da chamada autoridade monetária. Após reduzir a taxa Selic em 0,5%, o Banco Central divulgou um relatório onde diz que “existe um risco muito grande na possibilidade de concessão de aumentos de salários, incompatíveis com o crescimento da produtividade e suas repercussões negativas sobre a dinâmica da inflação”

Para a diretoria executiva da CUT, o enfrentamento à crise não se faz com arrocho salarial, nem tampouco com a criminalização dos salários. O enfrentamento à crise se faz com política de valorização real do salário mínimo, fortalecimento das aposentadorias, aumento dos salários e geração de empregos; com a redução da jornada de trabalho sem redução de salários e da rotatividade no emprego, entre outros itens.

“Tentar transformar o salário em vilão da inflação e, portanto, em um inimigo do combate à crise é uma estratégia que já deu errado em governos anteriores”, diz Vagner Freitas.

Para ele, “as autoridades econômicas e os gestores das empresas deveriam ter aprendido com os erros do passado”.

Outro argumento importante dos CUTistas e dos trabalhadores para exigir aumento real é o cenário econômico no Brasil, muito diferente da situação enfrentada atualmente por países da Europa e pelos Estados Unidos, estes, sim, sofrendo as consequências da crise econômica.

“As empresas brasileiros, em especial a Petrobrás e os bancos, apresentaram resultados positivos e crescimento superiores aos registrados no ano passado. Nossa luta é para que parte deste lucro seja repassado aos trabalhadores através de aumento real, melhoria dos benefícios e das condições de trabalho,” diz o presidente da CUT.

Para Artur, é preciso ficar muito claro que os trabalhadores estão bem informados, que sabem que “a crise não é aqui, é lá fora” e para mantê-la longe do Brasil, completa o presidente da CUT: “temos de fortalecer o mercado interno com mais consumo. E para isso tem de ter aumento de renda, tem de melhorar os salários as pessoas para que elas tenham condições de comprar”.

Fonte: CUT Nacional

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