domingo, 2 de outubro de 2011

“Diminuir os juros com a dívida pública é o melhor ajuste fiscal que o governo pode fazer”
Para Vagner Freitas, Plenária Nacional fortalecerá capacidade de ação da CUT em defesa do projeto de desenvolvimento com valorização do trabalho

Escrito por: CUT Nacional

Em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, o secretário nacional de Administração e Finanças da CUT, e ex-presidente da Contraf-CUT, Vagner Freitas, destaca a importância da 13ª Plenária da Central, que inicia no próximo dia 4 de outubro, em Guarulhos.

A 13ª Plenária Nacional da CUT se realiza num momento de agudização da crise internacional e de efervescência de debates sobre os rumos do país. Qual a importância desta plenária neste contexto de definições?

A 13º Plenária deverá ser um fórum para debater não só a conjuntura econômica, como também o modelo de sindicalismo que devemos praticar. O resgate da concepção cutista é um ponto estratégico a ser abordado na plenária, para refletirmos qual a melhor forma de organização sindical e sustentação financeira. Fatores fundamentais para fortalecer nossa central e sindicatos, na luta contra as incertezas provocadas pela crise internacional, que pode refletir diretamente na retirada ou flexibilização de direitos dos trabalhadores (as).

O corte de investimentos públicos e o arrocho do funcionalismo para aumentar o superávit primário aumentam a vulnerabilidade do país diante da crise. De que forma a plenária pode contribuir para afirmar a pauta dos trabalhadores?

O Companheiro Lula mostrou para o mundo que crise se vence com investimento público, com geração de emprego, distribuição de renda, valorização do salário mínimo. Esta sempre foi uma das bandeiras de luta da CUT, e em nossa plenária reafirmaremos a nossa concepção, de que valorizar o salário do trabalhador é investir no fortalecimento da economia e principalmente na qualidade de vida do povo brasileiro.

Queremos continuar crescendo para ser a quinta ou quarta economia mundial, mas isso precisa estar atrelado à distribuição de renda e conquistas perenes a todos os trabalhadores (as). O melhor ajuste fiscal que o governo pode fazer é diminuindo gastos com juros da dívida pública, e não cortando salários de seus servidores.

Vagner Freitas: CUT na linha de frente em defesa de mais salários, empregos e direitos

O sindicalismo tem um papel estratégico na batalha pela construção de um Brasil justo e desenvolvido. Como podemos ampliar a democracia e fortalecer a participação dos trabalhadores nas entidades sindicais?

Apesar dos enormes avanços obtidos através da luta do movimento sindical, ainda convivemos em alguns setores com relações de trabalho que colocam trabalhadores, como por exemplo, os rurais, em situações análogas a escravidão. As perseguições a dirigentes sindicais, interditos probitórios que visam impedir greves e um conjunto de praticas antissindicais que buscam intimidar trabalhadores, impedindo-os de sindicalizar-se a suas entidades de classe, infelizmente estão presentes em nosso cotidiano.

Portanto, ainda estamos longe de uma democracia nas relações de trabalho. Por conta disso, temos a enorme tarefa de romper com estas amarras organizando o trabalhador no local de trabalho para garantir o direito de filiação. Desta forma continuaremos avançando na consolidação de uma relação de trabalho mais democrática sob a ótica dos trabalhadores.

Além do protagonismo da classe trabalhadora, a CUT tem investido no fortalecimento da relação com a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS). Qual o peso que a Central dá a esta relação?

Nossa relação com a CMS é estratégica. Foi com ela que conseguimos nos articular com outros setores organizados da sociedade, como o Movimento Estudantil, Sem Terra, entre outros, que desempenham importante papel na construção e defesa da democracia. Foi na CMS que conseguimos barrar a tentativa golpista da mídia contra o governo popular, ampliando a nossa capacidade de mobilização e articulação em defesa de questões que estão além dos temas sindicais

Fonte: CUT Nacional

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