terça-feira, 1 de novembro de 2011

Itaú tem lucro recorde de R$ 10,9 bi até setembro, mas corta 2.496 empregos
O Itaú Unibanco apresentou lucro recorde de R$ 10,940 bilhões entre os meses de janeiro e setembro deste ano, alta de 15,9% ante o mesmo período do ano passado. Segundo a consultoria Economática, é o maior lucro da história entre os bancos brasileiros para o período. Apesar do resultado estrondoso, a instituição seguiu na contramão do emprego, fechando mais postos de trabalho.

Os dados do balanço revelam que em dezembro de 2010 o banco contava com 102.316 trabalhadores no Brasil. O número caiu em setembro para 99.820, o que aponta um corte de 2.496 empregos.

"Mais uma vez, o Itaú Unibanco trata com desrespeito os seus trabalhadores, porque é injustificável bater novo recorde de lucro e cortar empregos, o que comprova a imensa sobrecarga de trabalho nas unidades do banco, fruto da pressão das metas abusivas e do assédio moral", destaca Jair Alves, diretor da Contraf-CUT e um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco.

"O banco está devendo a geração de empregos no Brasil, como aliás está fazendo no exterior. Não adianta fazer propaganda para dizer que pratica responsabilidade social e que é banco sustentável, se reduz postos de trabalho e não contribui para o desenvolvimento econômico e social do país", ressalta o dirigente sindical.

Mais números do balanço

No terceiro trimestre, o Itaú Unibanco teve lucro de R$ 3,807 bilhões. Na comparação com o segundo trimestre, houve alta de 5,6%. Em 12 meses, o resultado cresceu 25%. A carteira de crédito, que cresceu 22,7% em 12 meses, teve expansão de 6,1% na comparação com o segundo trimestre deste ano.

O Itaú também divulgou também lucro recorrente de R$ 3,940 bilhões no terceiro trimestre. A diferença entre este ganho e o resultado contábil se deve a provisões para ações judiciais questionando reajustes de planos econômicos e avaliação do investimento mantido pelo Itaú no Banco Português de Investimento pelo valor de mercado de suas ações em 30 de setembro de 2011.

No final de setembro, a carteira de crédito do Itaú Unibanco, incluindo avais e fianças, era de R$ 382,236 bilhões, um incremento de 22,8% em 12 meses.

O nível de inadimplência da carteira, medida pelo saldo de operações vencidas com prazo superior a 90 dias, foi de 4,7%, contra 4,5% no trimestre anterior e 4,2% em igual período de 2010.

As despesas da companhia com provisões para perdas esperadas com calotes somaram R$ 4,972 bilhões no trimestre, menos que os R$ 5,1 bilhões do trimestre imediatamente anterior, mas superior aos R$ 4,01 bilhões em igual etapa do ano passado.

Lucro recorde

O resultado superou o lucro do próprio Itaú Unibanco registrado em 2010: R$ 9,433 bilhões. Em terceiro lugar, aparece o ganho de R$ 8,30 bilhões do Bradesco, em 2011.

Entre os dez maiores lucros para o período, quatro são do Itaú Unibanco, três do Bradesco, dois do Banco do Brasil e um do Santander, de acordo com o levantamento da Economática.

Veja os maiores lucros, de janeiro a setembro, na história dos bancos brasileiros:
Posição         Banco            Lucro líquido (em bi R$)         Ano

      1           Itaú Unibanco                 10,940                         2011

      2           Itaú Unibanco                    9,433                        2010

      3           Bradesco                          8,303                        2011

      4           Banco do Brasil                 7,701                        2010

      5           Bradesco                          7,035                         2010

      6          Itaú Unibanco                     6,854                         2009

      7          Itaú Unibanco                     6,444                         2007

      8          Bradesco                           6,015                         2008

      9          Banco do Brasil                  5,992                         2009

     10         Santander                           5,953                         2011

Fonte: Economática

Fonte: Contraf-CUT com UOL Economia e Itaú

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