Juro alto trava desenvolvimento, aponta professor da PUC no 11º
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Crédito: Seeb São Paulo
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De acordo com o professor, essa orientação na condução da macroeconomia favorece sobretudo o capital internacional e os banqueiros. "Toda sociedade sabe que o banqueiro é o grande concentrador de renda. A atividade financeira não pode ser um fim em si mesmo, senão apenas funcionará para enriquecer o sistema financeiro", destacou.
Para ele, hoje chegamos a um momento em que as relações econômicas e financeiras até então estabelecidas começaram a mudar de cenário, a exemplo das atuais medidas de redução da taxa de juros. "Voltamos ao problema que precisará ser definido pelo conflito social", alertou. Ou seja, para o professor, o caminho é complicado, pois haverá resistência daqueles que detêm hoje o poder do sistema. "Se os trabalhadores não forem à luta, os ricos vão deitar e rolar", definiu.
Segundo Carvalho, em muitos países o conflito social empurrou o processo de desenvolvimento econômico para frente, a exemplo do progresso tecnológico do passado. "A ânsia de exploração do trabalho pelos capitalistas levou ao investimento técnico, o que de início produziu o desemprego, mas depois proporcionou a luta pela criação de novos postos de trabalho e pelas. Essa luta também levou à criação das leis trabalhistas, de um Estado forte e garantias antes inexistentes", explicou.
Para o economista, a coalizão de interesses entre os diversos atores sociais - trabalhadores, governo, empresários - é o que possibilita em muitos momentos o avanço econômico. Mas alertou que se o governo atual não exigir e pressionar essa coalizão não acontecerá de forma justa e equilibrada.
"Exemplo é a redução de IPI. É importante essas medidas do governo para ajudar a economia, principalmente em um período de crise. Só que o governo precisa exigir contrapartidas do empresariado, como a redução do juros, que é transferida para o consumidor", exemplificou.
Sistema financeiro
O desenvolvimento financeiro precisa anteceder o econômico, defendeu o professor ao explicar a necessidade de as unidades produtivas incorporarem a tecnologia e que para isso é preciso crédito. "Esse investimento é o que possibilitará no futuro o desenvolvimento econômico."
Entretanto, Carvalho alertou que o conceito não é exatamente o mesmo pregado pelo atual sistema financeiro internacional, que defende que não existe desenvolvimento sem endividamento, mas apenas do ponto de vista do consumo. "É a velha ideia de que quem não deve não tem." Segundo ele, esse conceito pode ocasionar a quebra, como a atual crise financeira provocada pelo excesso de crédito
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