Para o Comando, só com
unidade nacional
os bancários
vão avançar
Crédito: Leandro Taques - Contraf-CUT
Mesa de
abertura da 14ª Conferência Nacional dos Bancários
Rede de Comunicação dos BancáriosFortalecer a unidade nacional para construir uma grande mobilização e buscar novas conquistas. Foi esse sentimento comum que marcou a abertura solene, nesta sexta-feira (20) à noite, da 14ª Conferência Nacional dos Bancários, que está sendo realizada em Curitiba.
O evento continua neste sábado 21 com uma análise de
conjuntura na parte da manhã e depois com trabalhos em grupo, à tarde, para
aprofundar o debate sobre emprego, remuneração, saúde, condições de trabalho e
segurança bancária e sistema financeiro nacional.
"Apesar
de pontos de vista às vezes divergentes, temos muito mais coisas em comum e um
grau de unidade muito grande que conquistamos nesses anos de luta, fundamental
para que sejamos a única categoria com a mesma Convenção Coletiva de Trabalho,
que em 2012 completa 20 anos", afirmou Carlos Cordeiro, presidente da
Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. "E só vamos
avançar na CCT com o fortalecimento dessa unidade."
'A
Contraf-CUT foi fundada aqui, em Curitiba'
O presidente
da Fetec-CUT PR, Elias Jordão, abriu a solenidade saudando os delegados e
observadores e ressaltando a importância da realização da 14ª Conferência
Nacional em Curitiba. "Além dos 80 anos do Sindicato dos Bancários de
Curitiba e região, neste ano a Fetec-CUT-PR também completa 20 anos. Devemos
lembrar também que a Contraf-CUT foi fundada aqui na capital paranaense, então
temos história no movimento bancário", afirmou.
O presidente do Sindicato de Curitiba também
conclamou a todos intensificarem os esforços para convencer o governo a
convocar uma Conferência Nacional do Sistema Financeiro, na qual a sociedade
brasileira possa discutir qual o papel que os bancos devem exercer no país. E
finalizou desejando boas vindas a todos em Curitiba, lembrando que o calor
humano dos companheiros bancários esquentou o clima na cidade.
'Os
bancos não enfrentam crise'
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São
Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, criticou a ganância dos bancos. Ela
reforçou que a terceirização, a rotatividade, o assédio moral, o acúmulo de
serviço e o aumento da jornada não se justificam em um setor que lucrou R$ 52
bilhões no ano passado e que, só no primeiro trimestre deste ano, acumulou R$
12 bilhões (considerando apenas os balanços dos cinco maiores bancos do país).
"Na segunda-feira (16) dei entrevista a dois
jornalistas que me perguntaram a mesma coisa: como ficaria a campanha nesse
contexto de crise internacional. Eu respondi devolvendo a pergunta e
questionando: que crise o sistema financeiro nacional está passando? Eles não
souberam me responder. Os bancos não estão passando por crise nenhuma,
gente!", disse.
Outra bandeira dessa campanha, segundo Juvandia,
deve ser o fim do fator previdenciário. "Também temos de ir pras ruas e
colocar como eixo de nossa luta o fim do fator previdenciário. E ser contra
essa história de idade mínima (para a aposentadoria). O brasileiro começa a
trabalhar muito cedo!", justificou.
Os
20 anos da CCT
Aparecido Roveroni, representante da Federação dos
Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul, destacou a importância da
Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que está completando 20 anos, e enfatizou
também que é preciso coragem para discutir e negociar a contratação
diferenciada dos correspondentes bancários e terceirizados. "Divergências
existem, porém é preciso superar pela via da unidade de ação".
'A
unidade se dá na ação concreta'
O presidente da Federação dos Bancários da Bahia e
Sergipe e representante da CTB, Emanuel Souza, também defendeu que "a
unidade nacional da categoria é essencial e a sua construção foi realizada
coletivamente por todos os estados brasileiros ao longo das décadas. Essa
construção se dá na ação concreta de cada dia. Precisamos refletir sobre nossa
luta, como fortalecer a greve, fortalecer a organização no local de trabalho e
lá combater o assédio moral que tem levado a categoria ao adoecimento mental".
'Bancos
têm dinheiro de sobra para atender reivindicações'O presidente da Federação dos Bancários do RJ e ES, Nilton Damião (o Niltinho) também manifestou a convicção de que "os bancos vão usar a crise internacional e a decisão do governo de reduzir os juros como justificativas para não atender nossas reivindicações, mas o aumento das tarifas e os lucros do setor financeiro derrubam a falácia dos banqueiros, que têm dinheiro de sobra para atender as reivindicações de nossa campanha salarial".
Também falaram antes da abertura da 14ª Conferência representantes da CSP-Conlutas, da CUT Pode Mais e dos Bancários em Primeiro Lugar (BPL).
Fonte: Contraf-CUT
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