segunda-feira, 11 de abril de 2011

Contraf-CUT participa da 12ª Reunião do Comitê Regional da UNI Américas
Crédito: UNI Américas

Encontro contou com a presença do presidente da UNI, Philip Jennings

A Contraf-CUT participou na segunda e terça-feira, dias 4 e 5, da 12ª Reunião do Comitê Regional da UNI Américas, em Bogotá, capital da Colômbia. Os dirigentes das principais entidades sindicais no continente filiadas ao sindicato global, que representa 900 sindicatos e 20 milhões de trabalhadores em todo mundo, discutiram novos planos de ação para reforçar a unidade e a luta sindical nas Américas.

Segundo o presidente da Contraf-CUT e da UNI Américas Finanças, Carlos Cordeiro, a reunião foi realizada em Bogotá como forma de solidariedade internacional ao movimento sindical colombiano. Também participou da reunião o secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Ricardo Jacques, e a secretária de Políticas Socias, Deise Recoaro, que na véspera representou a entidade na 11ª Reunião do Comitê Regional UNI Américas Mulheres.

"Trocou o governo, mas não mudaram as práticas antissindicais e o assassinato de dezenas de dirigentes sindicais, como o bancário Leonidas Gomes Rozo, que participou de um encontro em São Paulo e foi morto em 2008", afirma o dirigente brasileiro.

A CUT da Colômbia explica que a mídia criminaliza o movimento sindical dizendo que são guerrilheiros. Nos últimos 12 meses, 49 dirigentes foram brutalmente assassinados, o que é inaceitável.

A taxa de desemprego é de 14% e mais de 50% dos trabalhadores estão na informalidade. O governo colombiano permite que se criem cooperativas de trabalho associado, que funcionam como agências de empregos temporários. Também são firmados contratos de trabalho temporário ou por prestação de serviços, onde os trabalhadores não podem se sindicalizar, violando-se, assim, o direito da liberdade sindical.

Várias empresas colombianas e multinacionais, como Brinks, Carrefour e Colgate Palmolive, além de insistirem com "pacotes de benefícios", estão agora fazendo os chamados "pactos coletivos", com validade de até três anos, somente para trabalhadores não sindicalizados. "Trata-se de mais uma prática antissindical para precarizar ainda mais o trabalho e impedir o direito dos trabalhadores se organizarem e defenderem os seus direitos", aponta Carlos Cordeiro.

"A América Latina vive um ciclo de crescimento econômico, que precisa ser acompanhado de desenvolvimento econômico e social, com geração de empregos, distribuição de renda e políticas públicas", destaca o presidente da Contraf-CUT. "Os trabalhadores precisam levantar a sua voz, discutir o Mercosul e o papel do estado, buscando participar desse momento de integração entre os povos do continente", salienta.

Uma comitiva, liderada pelo presidente da UNI, Philip Jennings, foi recebida em audiência na terça-feira pelo vice-presidente da Colômbia, Angelino Garzón. Segundo o diretor regional da UNI Américas, Márcio Monzane, Garzón ficou de receber uma comissão de sindicatos colombianos filiados à UNI e concordou em discutir o problema dos "pactos coletivos" e a perseguição aos dirigentes sindicais.

Jennings ressaltou que na audiência até o vice-presidente colombiano criticou a política do Santander. "Não entendo como o Santander cobra taxas de juros mais altos na Colômbia do que na Espanha", comparou.

"O primeiro resultado da audiência é o anúncio prometido nesta quarta-feira, dia 6, pelo presidente Juan Manuel Santos, durante visita ao presidente Barak Obama nos Estados Unidos, de que serão eliminadas as cooperativas de trabalho associado", destaca Monzane.

Ao final, foi marcada uma nova reunião da UNI Américas para o Rio de Janeiro, que terá a tarefa de preparar a Conferência Regional, a ser realizada em novembro de 2012, em local ainda a ser definido.

Fonte: Contraf-CUT

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