Justiça nega tentativa de censura do Santander contra bancários na Libertadores
Trabalhadores protestaram contra desrespeito do SantanderO Santander, numa tentativa de intimidação contra as representações de trabalhadores, entrou com medida cautelar na Justiça contra o Sindicato dos Bancários de São Paulo, a Afubesp, a Fetec-SP e a Contraf-CUT para que fosse retirado do ar o spot veiculado na Rádio CBN na manhã do dia 22 de junho, véspera da final da Copa Santander Libertadores entre Santos e Peñarol, em São Paulo.
O informe publicitário denunciava o assédio moral, as demissões de trabalhadores no Brasil, as remessas de dinheiro para a Espanha, os elevados bônus pagos aos executivos e o calote aos aposentados do antigo Banespa.
De acordo com o banco espanhol, o spot continha "ofensa à honra e à imagem e que, por divulgado em programação de rádio, tem grande repercussão causando prejuízos irreparáveis".
Tentativa de censura
A ação foi ajuizada contra as quatro entidades na 32ª Vara Cível do Fórum Central João Mendes, em São Paulo, pedindo o fim das inserções de rádio e indenização de R$ 50 mil por dia em que fosse veiculada. Mas foi indeferida logo na primeira instância por ferir o direito de liberdade de expressão, assegurado pela Constituição Federal.
"Não reputo plausível, em juízo de delibação, que o informe produza, de fato, prejuízos concretos à reputação da empresa da magnitude da autora, instituição financeira de caráter transnacional, para o fim de que se imponha a excepcional medida de supressão de sua divulgação, o que poderia caracterizar censura, absolutamente inadmitida no ordenamento jurídico brasileiro", realçou o juiz Valdir da Silva Queiroz Junior em sua decisão.
Descontente, o banco recorreu ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. "Entendo que não estão presentes os elementos necessários para a concessão da liminar", despachou o relator da ação, desembargador Luiz Antonio Costa, derrubando novamente o intento da instituição espanhola.
Reincidente
Não foi a primeira vez que o banco procurou calar a voz de indignação de seus trabalhadores. O Santander já havia entrado com uma representação junto ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) contra o spot das entidades.
"O banco não impedirá que continuemos a denunciar suas práticas arbitrárias, de demissões, assédio moral e antissindicalismo. Podemos provar tudo o que dizemos", reforça Rita.
Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo
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