quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Bancários realizam nesta quarta dia de mobilização por emprego e igualdade
Os bancários de todo o país realizam nesta quarta-feira (13) um dia nacional de mobilização por emprego e igualdade de oportunidades. Conforme orientação do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, as manifestações visam pressionar os bancos a apresentarem uma proposta global que contemple as reivindicações de emprego na próxima rodada de negociação, que está agendada para terça-feira, dia 20, em São Paulo.

"Vamos dar uma resposta à intransigência dos bancos, que não apresentaram nenhuma proposta aos bancários nas três rodadas de negociação realizadas até agora", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "Vamos dialogar com os bancários e os clientes para mostrar aos banqueiros que eles precisam respeitar os seus trabalhadores, que são responsáveis pelos lucros altíssimos dos bancos, que superaram R$ 27,4 bilhões somente no primeiro semestre deste ano", aponta.

Emprego decente

Na primeira rodada de negociação, a Fenaban rejeitou todas as reivindicações das pautas de emprego e igualdade de oportunidades. Os bancários cobram garantia de emprego, fim das terceirizações, extensão do abono-assiduidade a todos os trabalhadores, ampliação do horário de atendimento das agências para das 9h às 17h com dois turnos de trabalho, respeito da jornada de seis horas, redução do tempo de espera na fila, mais contratações de bancários (saiba mais aqui).

As medidas visam proteger o emprego dos bancários e combater a alta rotatividade, uma marca dos bancos privados que traz enormes prejuízos para os bancários. Dados da Pesquisa de Emprego Bancário, realizada pela Contraf-CUT em parceria com o Dieese, revelam que, apesar do saldo positivo de 11.978 empregos no primeiro semestre de 2011, os bancos aumentaram o número de demissões e intensificaram a prática de usar a rotatividade para reduzir custos e aumentar ainda mais os lucros. Foram 18.559 desligamentos no período, vitimando principalmente os bancários com maiores salários.

Dois grandes bancos não geraram empregos no período. Pelo contrário. O Itaú e o Santander, apesar de seus lucros, cortaram 1.045 e 494 postos de trabalho, respectivamente.

Essa enorme rotatividade não ocorre em outros países. É o caso do HSBC que aqui demite centenas de bancários, ao contrário da Argentina.

Igualdade de oportunidades

Os bancos têm tratado com descaso também as reivindicações dos trabalhadores para a promoção da igualdade de oportunidades dentro das empresas. Os bancários cobram a aplicação de medidas efetivas no combate às discriminações de gênero, raça, orientação sexual e contra pessoas com deficiência.

Entre as reivindicações está a realização de um novo censo da categoria para averiguar os resultados dos programas implementados após a realização do Mapa da Diversidade, em 2008. Os trabalhadores reivindicam ainda a igualdade de tratamento na contratação, remuneração e ascensão profissional de todos os bancários, com a criação de Plano de Cargos e Salários (PCS) justo e transparente para todos, entre outros itens.

Mobilização

Serão três dias de mobilização, com foco nos temas da minuta de reivindicações discutidos nas três rodadas realizadas entre o Comando Nacional e a Fenaban. Novamente a participação é determinante, pois precede a apresentação de propostas pelos bancos.

"Vamos pressionar os bancos para que apresentem propostas sobre todos os temas que preocupam os bancários em seu dia a dia, a fim de que tenhamos emprego decente", sustenta Cordeiro.

Veja o calendário:

Dia 14 - emprego e igualdade de oportunidades
Dia 15 - saúde, condições de trabalho e segurança
Dia 16 - remuneração

Confira o calendário das negociações:

Dia 14 - negociação específica com o Banco do Nordeste
Dia 14 - negociação específica com o Banco do Brasil
Dia 16 - negociação específica com o Banco da Amazônia
Dia 20 - quarta rodada de negociação com a Fenaban
Dia 20 - negociação específica com o Banco do Brasil
Dia 21 - negociação específica com a Caixa

Fonte: Contraf-CUT

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