Justiça do Trabalho arrecada R$ 660 milhões em uma
semana
Com acordos, leilões e penhora de recursos em contas
bancárias (Bacen-Jud), a Justiça do Trabalho conseguiu arrecadar, entre os dias
11 e 15, cerca de R$ 660 milhões. As atividades foram desenvolvidas durante a
2ª Semana Nacional da Execução Trabalhista, criada pelo Conselho Superior da
Justiça do Trabalho (CSJT) para reduzir nas estatísticas o número de
trabalhadores que ganham ações judiciais, mas não conseguem receber o que lhes
é devido.
Boa parte dos recursos foi gerada por meio de acordos entre
empregadores e trabalhadores: R$ 420 milhões. Neste ano, de acordo com o juiz
auxiliar da Presidência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Marcus Fava, o
montante total superou em R$ 100 milhões a arrecadação da primeira edição do
evento. Somente com penhoras on-line, foram obtidos cerca de R$ 150 milhões. "Neste ano, houve maior adesão. O projeto é novo e os juízes estão se envolvendo cada vez mais", diz Fava.
O advogado Marcel Cordeiro, do Salusse Marangoni Advogados,
afirma que empresas representadas por seu escritório firmaram acordos durante a
Semana Nacional da Execução Trabalhista. "É mais fácil para a Justiça
finalizar um processo por meio de acordo. Parte-se da premissa de que as partes
estão dispostas a chegar a um consenso", afirma.
Acordos
Com leilões, foram arrecadados apenas R$ 73 milhões. Somente
30% do que estava previsto foi efetivamente levado à venda, e só um terço desse
total foi arrematado. Os 70% restantes foram resgatados por devedores, que
preferiram fechar acordos ou pagar o que deviam aos trabalhadores.
O Clube Náutico Capibaribe, por exemplo, firmou um acordo
trabalhista com um ex-jogador e conseguiu impedir o leilão do Estádio dos
Aflitos, em Recife. O estádio iria a leilão por R$ 60 milhões.
Dentre os bens curiosos que foram a leilão, mas não
receberam ofertas, está um navio avaliado em R$ 2 milhões, que está atracado no
Estado da Bahia, e três vestidos de noiva no valor de R$ 2 mil, colocados à
venda no Piauí.
Para Fava, o resultado da semana foi positivo, pois
incentivou a criação, em alguns Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs), de
núcleos especializados em execução. "Nesses núcleos, magistrados e
servidores ficam apenas pesquisando relações societárias e buscando bens de
empresas devedoras", afirma.
(Fonte: Valor Econômico)
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