sábado, 22 de janeiro de 2011

CUT e Bancários de SP nas ruas pela correção da tabela do Imposto de Renda e valorização do mínimo


“Queremos avanços. Não permitiremos a implementação da agenda       dos derrotados”, afirmou Artur

Escrito por: Leonardo Severo

“Diminuição do papel do Estado, tungada no Imposto de Renda, salário mínimo de R$ 545,00, desoneração da parte patronal para a Previdência, como está sendo proposto pela equipe econômica do governo, é pauta negativa, é tiro no pé do crescimento, da distribuição de renda, da justiça social. Queremos avanços. Estamos nas ruas para ampliar a pressão e não permitir a implementação da agenda dos derrotados nas últimas eleições”.

A afirmação foi feita pelo presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, durante caminhada, convocada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, nesta sexta-feira (21), pelas ruas do centro da capital. Artur lembrou que a manutenção da política de valorização do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda são as prioridades da reunião da próxima quarta-feira (26) entre as centrais sindicais e o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-geral da Presidência da República.

Negociações entre as centrais e o governo Lula garantiram um aumento real de 54% para o salário mínimo, o que mostrou-se decisivo no combate às desigualdades e aos efeitos daninhos da crise internacional. Da mesma forma, avaliam os sindicalistas, cumpriu papel positivo o reajuste da tabela do Imposto de Renda de 4,5% ao ano desde 2007. Mas, infelizmente, o acordo de correção não foi renovado para 2011.

“A partir das nossas mobilizações garantimos a abertura de negociação com o governo. Agora é manter a pressão para garantir a continuidade da política de ganhos reais para o salário mínimo, com o aumento para R$ 580,00, pois é impossível erradicar a miséria até 2014, como se comprometeu a presidenta Dilma, sem a valorização do mínimo”, declarou Vagner Freitas, secretário de Administração e Finanças da CUT. Como alertou Vagner, sem a correção da tabela do Imposto de Renda as conquistas salariais obtidas ao longo de 2010 seriam “surrupiadas pelo leão”. “Se a categoria bancária conseguiu aumentos reais de cerca de 3,5%, a não correção tomaria 2% destes ganhos. Não é o trabalhador quem deve ser tributado, mas os banqueiros. Tem de tributar a fortuna do Itaú, do Bradesco, do Santander”, acrescentou.

Com ironia e muito humor, foi apresentada uma peça de teatro expondo a injustiça tributária por detrás do congelamento da tabela do Imposto de Renda e a necessidade da sua atualização. Como alertou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, “se a tabela não for corrigida de acordo com a inflação – 6,47% conforme o INPC-, parte dos aumentos reais de salário conquistados com muita luta em 2010 será engolida pelo leão do Imposto de Renda”. Juvandia também defendeu o aumento do salário mínimo, “fundamental para o trabalhador consumir mais, o país produzir mais e gerar mais empregos”.

O Sindicato enviou recentemente carta à presidenta Dilma Rousseff e ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, onde ressalta que “se os aumentos conquistados forem mantidos nos bolsos dos trabalhadores, eles resultarão em maior consumo e, consequentemente, em maior arrecadação dos impostos que incidem sobre o consumo”. “Estamos fortalecendo a mobilização para que o governo compreenda a importância de valorizar os trabalhadores”, concluiu.

Fonte: CUT

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